Segundo EPE, reserva de petróleo no País pode cair 45% até 2016

As reservas brasileiras de petróleo cairão 45% nos próximos dez anos, caso não sejam incorporados novos campos de produção nesse período. As projeções fazem parte do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE 2007/2016) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) responsável pelo planejamento do setor energético no País. Desde a sua criação, há três anos, a EPE esteve envolvida basicamente com estudos referentes ao setor elétrico, mas a partir de 2007 passou a divulgar dados referentes também ao segmento de petróleo e gás natural.

Pelos dados da EPE, as reservas de petróleo no Brasil vão recuar para 1,314 bilhão de metros cúbicos de óleo (8,3 bilhões de barris) no final de 2016, ante os 2,4 bilhões previstos para o final de 2007 (15,1 bilhões de barris). O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, ressalvou que essas estimativas são "extremamente conservadoras", já que não incluem a produção de campos que ainda estão sendo desenvolvidos e não foram declarados comerciais. "Só estão incluídas nessas projeções as reservas já descobertas até a Sétima Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É quase certo que outras áreas serão incorporadas e as reservas serão maiores", complementou Tolmasquim.

Nesse mesmo período, a produção interna de petróleo subirá do patamar de 104,6 milhões de metros cúbicos anuais (cerca de 1,8 milhão de barris/dia) para 146,9 milhões de metros cúbicos (2,5 milhões de barris/dia), com aumento de 40% no período. Com isso, a relação entre reservas e produção tende a registrar um declínio acentuado nos próximos anos diminuindo do atual nível de 23 anos de reservas/produção para aproximadamente 9 anos. Os dados da EPE são diferentes dos divulgados pela Petrobras, que estima que as reservas de petróleo no Brasil estão em torno de 13,75 bilhões de barris e devem continuar nesse patamar nos próximos anos.

Tolmasquim disse que essas discrepâncias serão revistas nos próximos meses, com novos estudos que estão sendo desenvolvidos pela EPE. Mas ele considera importante a EPE começar a desenvolver os seus próprios estudos, independentes dos divulgados pela estatal. Ele lembra que houve um processo semelhante no setor elétrico, em que os cálculos eram feitos por outra empresa estatal, a Eletrobrás, holding estatal que responde por cerca de dois terços da energia elétrica produzida no País.

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