Segundo Abit, consumo de têxteis cresce mais que produção

O consumo per capita de artigos têxteis e de vestuário cresceu 9 2% no ano passado no País, mas a produção por habitante teve alta de apenas 1,1%, na comparação com o ano anterior. Essa é uma das principais constatações do Relatório Brasil Têxtil 2007, levantamento anual realizado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Os dados mostram, numa outra leitura, que parte da demanda interna foi suprida pelas importações, que cresceram 33% em volume e 41% em valor, na mesma base de comparação.

Os produtos importados, segundo a Abit, provocaram a queda nas encomendas, o que, por sua vez, levou a uma redução no uso da capacidade instalada. Com esse quadro, o setor, intensivo em mão de obra (1,6 milhão ou 17% dos trabalhadores da indústria de transformação), também está reduzindo empregos em algumas áreas. Por exemplo, confecções perderam três mil postos no ano passado e fiação cortou 700 empregados. O segmento de tecelagem criou 100 vagas e o de malharias, 1,9 mil.

Concorrência

A Abit avalia que o setor não está aproveitando as oportunidades de crescimento do mercado interno, por isso, voltou a bater na questão das assimetrias da concorrência, principalmente em relação à China, decorrentes da sobrevalorização do real, alta carga tributária, dos juros elevados, e da ausência de medidas compensatórias para estimular o setor produtivo.

Indícios de irregularidades em importações de têxteis e de confecção, como subfaturamento, também prejudicaram o setor. A entidade defende, ainda, a realização de acordos preferenciais com os principais mercados compradores de têxteis do mundo (Japão, Estados Unidos e União Européia).

Em 2006, O Brasil passou do sétimo para o sexto lugar na lista de produtores de têxteis e de vestuário. Em termos de comércio exterior, a participação ainda é pequena, na 47ª posição entre os maiores exportadores do mundo. Em 2006, a balança comercial têxtil e de confecção fechou com déficit de US$ 60,2 milhões; as importações somaram US$ 2,14 bilhões e as exportações US$ 2,08 bilhões.

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