Segundo a FGV, preços dos alimentos devem continuar a subir

O coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse que a desaceleração dos índices inflacionários revelada por indicadores nessa semana não deve provocar euforia. "Os alimentos vão continuar sendo um fator importante de inflação, ainda que não com o mesmo destaque do ano passado", disse. A FGV divulgou hoje uma variação de 0,80% para o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) em fevereiro, ante 1 02% em janeiro.

A análise de Quadros sobre a perspectiva para os alimentos foi similar à avaliação, também feita nesta semana, pela coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Ela também alertara que, apesar da desaceleração dos alimentos antes do esperado pelo mercado, há fatores de pressão no horizonte.

Quadros citou, como exemplo de pressões que deverão prosseguir, produtos agrícolas como a soja, o trigo e o arroz. Outro foco de preocupação, segundo ele, é o feijão, que, no atacado, segundo o IGP-10, teve reajuste de 14,87% em fevereiro, ante 0,91% em janeiro. "Há uma renovação de pressões, o feijão caiu em janeiro e já voltou a subir", argumentou.

Segundo Quadros, a alta dos alimentos por causa do descasamento global entre demanda e oferta se agrava um pouco este ano, no Brasil, por causa da estabilidade do câmbio, que não terá um efeito amortecedor tão forte sobre os preços como nos dois anos anteriores. Desse modo, mesmo o arrefecimento da disparada dos preços internacionais será um pouco compensado pela estabilidade doméstica do câmbio, mantendo os produtos agrícolas pressionados ainda que em menor patamar.

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