Segundo a FGV, forte alta de alimentos leva à aceleração do IGP-10

A forte pressão de alta dos alimentos no atacado levou à aceleração na taxa do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que subiu 0,22% em julho, ante aumento de 0,15% em junho. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "A cadeia da indústria alimentícia é que está realmente puxando para cima a inflação, de uma maneira geral", afirmou o economista, considerando que várias das altas de preços dos alimentos no atacado também já são sentidas no varejo.

Quadros citou dois segmentos, do setor atacadista, ligados à indústria de alimentação que foram determinantes para a aceleração na taxa do indicador: alimentos processados e matérias-primas brutas. Enquanto a alta nos preços do primeiro passou de 0,07% para 1,99%, o segundo registrou término de deflação (de -1,12% para 0,42%), de junho para julho.

Entre os alimentos processados, houve aumento mais intenso nos preços de leite em pó (de 5,98% para 12,38%) e coalhada e iogurte (de 1,93% para 8,80%). Porém houve queda de preços em aves abatidas frigorificadas (de -1,42% para 4,94%).

Commodities

Já no caso das matérias-primas brutas, houve alta de preços expressivos nas matérias-primas brutas comercializáveis – as commodities. Foram apuradas acelerações de preços em soja em grão (de 1,67% para 2,79%); trigo (de 0,37% para 1,44%); e café (de 0,20% para 1,45%), de junho para julho. "Este ano está sendo o ano da inflação de alimentação. A alta de preços não se generalizou, mas está bem espalhada por toda a cadeia (de alimentos)", disse, acrescentando que há contra-exemplos, de baixa de preços, na indústria de alimentação. É o caso da queda mais intensa de preços em cana-de-açúcar (de -7,42% para -9 65%).

O economista considerou que muitas das altas de preços dos alimentos já são percebidas no varejo. No âmbito do IPC, a inflação no grupo Alimentação passou de 0,49% para 1,05%, de junho para julho.

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