Seca leva Banco do Brasil adiar R$ 3 bilhõe em dívidas

São Paulo (AE) – O Banco do Brasil (BB) deve prorrogar o vencimento de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões em contratos de crédito agrícola devido à seca que atingiu a Região Sul do País e prejudicou os produtores. O vice-presidente de Agronegócios e Governo do BB, Ricardo Alves da Conceição, disse que a maioria dos produtores não tem apólice de seguro e que, por isso, o banco terá de adiar o vencimento de parte ou de todo o empréstimo concedido.

O crédito para custeio terá o vencimento adiado por até cinco anos. Já o crédito direcionado a investimentos será prorrogado por até três anos. As taxas de juros cobradas no período de prorrogação serão as mesmas dos contratos originais. ?O problema com a seca é uma sazonalidade do setor, que é normal?, afirmou Conceição.

Mesmo com o problema dos produtores rurais, o BB manterá o relacionamento com eles, emprestando mais recursos para a nova safra. ?A estratégia será preservar o crédito ao custeio a esses produtores. Quanto ao crédito para investimentos, acreditamos que eles mesmos colocarão o pé no freio?, disse o executivo. O BB também ajudará os agricultores em relação às operações de CPR. ?Estamos permitindo que liquidem uma e façam outra?, afirmou.

O gerente de Relações com Investidores do BB, Marco Geovanne, disse que a seca deve elevar marginalmente a inadimplência da carteira de crédito, ?sem um impacto relevante?. O banco é o líder no financiamento ao agronegócio brasileiro, cuja carteira totalizou R$ 30,8 bilhões em março de 2005.

As operações classificadas nos melhores níveis de crédito, de ?AA? a ?C?, correspondem a 95,6% do portfólio, contra 96,4% em março do ano passado. As operações classificadas de ?D? a ?H? correspondem a 4,4%, contra 3,6% ao final do primeiro trimestre de 2004. Segundo Geovanne, as perdas efetivas da carteira na última safra foram de 0,56%, devendo subir para 0,65% com o problema da seca.

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