Sebrae-SP: receita das MPEs cresce 1,5% em outubro

O faturamento real (descontada a inflação) das micro e pequenas empresas paulistas cresceu 1,5% em outubro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, informou hoje o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), em parceria com a Fundação Seade. Esta foi a 13ª alta seguida e a maior variação anual para o mês de outubro desde 2007. Em termos absolutos, as micro e pequenas empresas faturaram R$ 25,4 bilhões em outubro, o que indica um aumento de R$ 381 milhões na receita ante o mesmo mês de 2009.

De acordo com o Sebrae, o crescimento foi favorecido pela base de comparação fraca, já que, em outubro de 2009, as micro e pequenas empresas ainda sofriam os efeitos da crise financeira mundial. O bom resultado de outubro deste ano foi puxado pelo segmento de serviços, que apresentou alta de 15,6%. Os outros dois setores que compõem a pesquisa tiveram queda no mesmo período: a indústria apresentou baixa de 2,1% no faturamento e o comércio registrou recuo de 3,9%.

Na comparação com setembro deste ano, o faturamento registrou ligeira alta em outubro, de 0,2%, o que corresponde a um incremento de R$ 56 milhões na receita total. O resultado foi puxado pelo segmento de comércio, que teve um aumento no período de 1,9%, resultado do crescimento das vendas no Dia das Crianças. O setor de serviços teve uma alta mais tímida, de 0,9%, enquanto o faturamento da indústria registrou em outubro queda de 4,6%. Na comparação com setembro, a Região Metropolitana de São Paulo e o Grande ABC tiveram aumento no faturamento. O interior do Estado foi a única região a registrar baixa, de 1,4%. O município de São Paulo manteve o faturamento de setembro.

Expectativas

O levantamento do Sebrae aponta também a expectativa dos micro e pequenos empresários em relação ao faturamento do setor para os próximos meses. A pesquisa verificou que apenas 34% dos entrevistados esperam aumento da receita nos próximos seis meses, enquanto 37% informaram que não têm expectativas quanto à evolução dos ganhos. Quanto à economia em geral, a parcela de empresários que acreditam em um aumento no nível de atividade nos próximos seis meses é de 32%, enquanto 37% não têm expectativa sobre o nível e 29% apostam na permanência da conjuntura atual. Em comparação com a pesquisa anterior, houve queda no otimismo para os próximos seis meses.

Os coordenadores da pesquisa dizem que o pessimismo está ligado a fatores que, segundo eles, têm gerado incertezas entre os empresários, como os reflexos advindos da alta da taxa básica de juros (Selic) no primeiro semestre e a tendência de desaceleração da economia, bem como a evolução da taxa de inflação. Os analistas observam que, nos próximos meses, o desempenho das micro e pequenas empresas deve acompanhar a evolução da conjuntura nacional – que deve apresentar um crescimento em ritmo mais moderado na comparação com o primeiro semestre.

A pesquisa aponta ainda que os empresários do segmento têm a expectativa de que o faturamento real médio feche 2010 com um aumento da ordem de 8% em relação a 2009. Parte desse resultado está ligado ao fraco desempenho do setor no ano passado, quando o faturamento encerrou o ano com queda de 5,5% em relação a 2008 – o que correspondeu a uma retração de R$ 15,3 bilhões. Em 2009, a receita total das micro e pequenas empresas foi de R$ 262,1 bilhões. A previsão dos empresários é de que neste ano alcance, em termos absolutos, R$ 283 bilhões.

O levantamento divulgado hoje representa um universo de estudo de 1,3 milhão de empresas, o que corresponde a 28% da receita bruta do setor formal no Estado de São Paulo. A pesquisa utiliza uma amostra de 2,7 mil micro e pequenas empresas.

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