Seab alerta para doença dos bananais

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento está alertando os produtores de banana paranaenses para o risco de contaminação pela cigatoka negra, um fungo potente, capaz de dizimar a produção nas áreas atacadas. Ontem, a Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) teve uma reunião com a equipe da Ceasa e comerciantes de frutas para que adotem medidas para impedir a entrada da doença em território paranaense.

O Paraná está adotando medidas preventivas contra a cigatoka negra (mycosphaerella fijiensis) em função de ter sido registrado, em final de junho, caso da doença no município paulista de Miracatu. No Brasil, os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima já lutam para conter a doença, que pode reduzir a produtividade a zero. A Secretaria da Agricultura está preparando uma portaria que disciplina as ações de controle no Paraná.

Cargas de bananas de outros estados só podem entrar no Paraná se tiverem a emissão de Permissão de Trânsito Vegetal Fundamentada em Certificado Fitossanitário de Origem, que o caminhoneiro obtém na fiscalização estadual.

Medidas preventivas

A transmissão da cigatoka negra se dá por esporos que podem ser levados pelo vento, mudas ou folhas infectadas e assim espalhar-se. Os esporos podem ficar aderidos nas embalagens, caixas, frutos, roupas e até nos veículos que transportam as frutas. Por isso, a Secretaria está fazendo o monitoramento dos pomares e exigindo a certificação fitossanitária por técnicos. Está determinada a fiscalização de mudas, embalagens com frutos, além da eliminação de bananeiras e bananais abandonados.

O produtor não deve permitir a entrada de veículos em sua propriedade carregados com restos da fruta, folhas e embalagens usadas nem fazer cargas de banana com embalagens usadas ou produzidas em regiões infestadas. Outra recomendação imprescindível é a higienização adequada das embalagens retornáveis (plásticas).

A entrada de embalagens em território paranaense para acondicionamento, comercialização e transporte de plantas e partes de plantas e de banana serão autorizadas somente quando atendidos os seguintes requisitos: as embalagens plásticas retornáveis devem estar identificadas (rotuladas), higienizadas (desinfectadas) e limpas; e as embalagens de primeiro uso, descartáveis, devem estar limpas, rotuladas e ter sido produzidas em estados onde não há registro da doença.

Prejuízos

Uma conseqüência direta do aparecimento da cigatoka negra é a necessidade de intensificar a aplicação de fungicidas. Hoje, são feitas, em média, cinco aplicações por ano. Com a possibilidade de incidência da doença, o número de aplicações deve chegar a 15. Além do aumento do custo de produção, o uso de mais fungicida aumenta o risco de contaminação do solo, da fauna, da flora e da água. Isto sem contar os riscos para a saúde humana, tanto para o aplicador do agrotóxico quando para o consumidor da banana.

A Secretaria da Agricultura destaca ainda o risco social implicado no caso dos bananais serem contaminados e dizimados. O desemprego e o êxodo rural estão entre eles. No Paraná, são cerca de 6,5 mil pessoas diretamente envolvidas no cultivo da banana, em uma área de 9.970 hectares, com uma produção de 231.493 toneladas. As áreas de produção são na região de Guaratuba e Guaraqueçaba, Cornélio Procópio e Andirá, Foz do Iguaçu.

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