Santa Catarina sem aftosa e sem vacinação

Foto: Arquivo

Gado bovino de Santa Catarina mantém status.

São Paulo – Santa Catarina pode ser oficialmente reconhecida na próxima semana como área livre de febre aftosa sem vacinação, um status sanitário inédito no País e que pode abrir novos mercados para a carne suína produzida no Estado. O reconhecimento deve ser anunciado durante a reunião anual do comitê internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que se estenderá de 20 a 25 de maio (domingo a sexta-feira).

Esta é, pelo menos, a expectativa do setor produtivo ?O comitê científico da OIE já deu um parecer favorável e esperamos que o comitê internacional vote a favor do status?, diz Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Maior produtor de suínos do País, Santa Catarina foi o estado mais prejudicado pela ocorrência de febre aftosa no Paraná e em Mato Grosso do Sul, em outubro de 2005. A Rússia, maior cliente da carne suína brasileira, suspendeu as aquisições do produto catarinense desde aquela época e até o momento não retomou as importações, apesar de ter voltado a comprar do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso.

Embora não espere um movimento positivo dos compradores russos, Camargo Neto avalia que o status de área livre sem vacinação abrirá, no médio prazo, mercados importantes como Japão e Chile, que não admitem vacinação e outros compradores exigentes, como Estados Unidos e União Européia. Técnicos do Japão e da UE devem visitar o estado no segundo semestre.

Outro efeito do reconhecimento do estado será a volta do debate sobre a erradicação da febre aftosa no Brasil, diz Camargo. ?Há estados, como o Rio Grande do Sul, que podem parar de vacinar agora?, considera. Em julho, o estado começa a imunização de bezerros. Se deixar de vacinar poderá pleitear o status de área livre sem vacinação já em 2008 e obter o reconhecimento em maio de 2009.

O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Antonio Ceron, também estará em Paris para acompanhar a reunião da OIE. Ele ressalta que desde o embargo russo as agroindústrias do estado deixam de vender cerca de 17 mil toneladas de carne suína por mês. Mais de 100 mil suínos vivos estão represados nos 12 mil produtores catarinenses. De acordo com dados da secretaria, Santa Catarina é o maior produtor de carne suína do País com aproximadamente 700 mil toneladas por ano. Do total, apenas 120 mil t são para consumo interno.

Santa Catarina não registra foco de aftosa há 14 anos e desde maio de 2000 é reconhecido pelo Ministério da Agricultura como área livre da doença sem vacinação.

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