Saldo de empregos caiu 41% em 2005

O Paraná gerou menos empregos no ano passado na comparação com o ano de 2004. Foram 72.374 postos de trabalho criados em 2005 contra 122.648 no ano anterior, ou seja, queda de 41%. Entre os setores, a agroindústria foi a principal responsável pela má performance, principalmente por conta dos problemas climáticos e das commoditties agrícolas de alguns produtos, além do dólar baixo. O resultado foi a queda na renda agrícola e a redução do número de empregos criados na agroindústria, que passou de 21.463 em 2004 para apenas 3.152 em 2005. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

A geração de empregos ficou concentrada apenas em alguns setores. No de serviços, destaque para outros serviços (8.597 empregos), transporte e comunicação (8.133) e hotéis e restaurantes (7.415). Na indústria de transformação, destacaram-se a indústria de alimentos, bebidas e álcool (8.393 empregos) e a indústria de material elétrico e de comunicação (1.885). No setor de comércio, o varejista gerou 22.140 empregos e o atacadista, 3.043. Já na construção civil, foram 2.091. As maiores quedas do nível de emprego ocorreram na indústria de madeira e mobiliário (-4.209 empregos) e na agropecuária (-962).

Na comparação com a média brasileira, a performance do nível de emprego no Paraná também foi ruim. Em 2004, o Estado encerrou com crescimento de 7,74% no nível de emprego, acima da média nacional de 6,55%. No ranking entre os 27 estados, ficou na 8.ª posição. Já em 2005, o nível de emprego no Paraná foi de 4,23%, abaixo da média nacional de 5,09%. O Estado também perdeu posições, indo do 8.º para o 19.º lugar em variação de nível de emprego. A maior variação ocorreu no Espírito Santo (8,59%) e a menor no Mato Grosso (-1,66%).

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, outro agravante no Paraná foi o surgimento da febre aftosa, que passou de suspeita para foco confirmado. A forte estiagem, que afetou a safra e comprometeu a renda dos produtores, também foi um fator importante, lembrou Silva.

Reversão

O ano de 2005 foi marcado ainda pela reversão entre a Região Metropolitana de Curitiba e o interior. O interior, que normalmente responde por maior variação no nível de emprego, perdeu lugar para a RMC. O resultado foi de crescimento de 3,81% no interior contra 4,89% na Grande Curitiba.

Na RMC, o saldo de empregos passou de 41.419 em 2004 para 32.433 em 2005, ou seja, queda de 21,70%. Na comparação com outras oito regiões metropolitanas, a RMC ficou na 6.ª posição (4,89% de crescimento), abaixo da média nacional de 5,58%.

Setor bancário apresentou recuperação no ano passado

O nível de emprego entre os bancários cresceu 4,98% no Paraná no ano passado, na comparação com 2004, gerando 1.194 novos postos de trabalho – 735 deles na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e outros 459 no interior. Os dados foram divulgados ontem pelo Dieese-PR, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e a Federação dos Bancários do Paraná (Fetec-PR).

De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários, Marisa Stédile, a geração de empregos no setor ocorreu por conta da reabertura de agências e maior volume de créditos. Além disso, houve concurso público e abertura de postos de atendimento. ?É um aumento significativo e superior à média de outros setores. Porém, pouco se comparado a um melhor atendimento?, afirmou. Em todo o Paraná, há cerca de 25 mil bancários. Em nível nacional, são cerca de 416 mil. De acordo com Marisa, seria necessário contratar outros 150 mil bancários em nível nacional para acabar com as filas nas agências e oferecer um melhor atendimento à população.

Taxa de juros

Com relação aos juros cobrados pelo sistema financeiro, eles podem variar de 21% ao ano a 289% ao ano. Por isso, é importante ficar atento antes de tomar um empréstimo. ?Se o consumidor não tomar cuidado vai acabar pagando muito mais por um valor que emprestou?, alertou Cid Cordeiro, economista do Dieese-PR. Conforme indicadores do Banco Central, o crédito consignado é o que tem menor taxa de juros do mercado: 1,60% a 2,60% ao mês, ou seja, 21% a 36% ao ano. Já o cartão de crédito é o que apresenta juros maiores: 289% ao ano. ?É um segmento onde as pessoas não devem buscar o crédito?, alertou. No ano passado, 40% do volume de créditos estava concentrado em ?crédito pessoal?, que inclui o crédito consignado, 31% em aquisição de veículos, 8,47% em cheque especial e 7% em cartão de crédito. (LS)

Voltar ao topo