Salário-mínimo dá o tom para o 2º lugar

São Paulo – Quem dá mais? O assunto é salário-mínimo e os candidatos à presidência Anthony Garotinho (PSB) e José Serra (PSDB) disputam a autoria da mais sedutora proposta de aumento da minguada remuneração básica do País. Primeiro, Garotinho prometeu R$ 280 em 1.º de maio. Foi duramente criticado, especialmente pelo suposto impacto que o aumento teria sobre a Previdência. Ontem, Serra propôs um mínimo de R$ 300 já a partir de janeiro. Ironias dos dois presidenciáveis à parte, no fundo, está em jogo a vaguinha em um eventual segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Irônico, o candidato do PSB desafiou Serra a conseguir junto ao governo um aumento do salário-mínimo para R$ 300 ainda neste ano. Segundo ele, a proposta do tucano não passa de uma tentativa parar criar um fato político. Garotinho afirmou que a campanha do PSDB entrou em contradição ao criticar a sua proposta de salário-mínimo de R$ 280 e agora prometer um salário de R$ 300. Para o candidato socialista, essas contradições foram causadas por sua subida nas pesquisas.

– Se não fosse o meu crescimento nas pesquisas, por que ele, Serra, está falando em salário mínimo de R$ 300? Ele está, inclusive, mudando a data do aumento do salário mínimo, que tradicionalmente sobe em maio. Ele está tão desesperado que quer antecipar para janeiro. Se eles podem dar R$ 300 de salário mínimo, por que deram R$ 200 até agora? Para fazer o povo sofrer? Se ele é governo, por que esperar o ano que vem? Por que ele não pede ao padrinho dele, o presidente Fernando Henrique, que aumente o salário para R$ 300 a partir de 1.º de outubro? – questionou Garotinho.

Críticas

Serra também criticou Garotinho. No programa eleitoral do tucano veiculado ontem, o ex-governador é acusado de divulgar informações falsas, já que o salário-mínimo de R$ 211 não é uma meta do programa do PSDB, como afirmou o ex-governador, mas sim a projeção do reajuste do mínimo feita pelo atual governo no Orçamento Geral da União.

Segundo Serra, será preciso conseguir apoio do Congresso para elevar o reajuste do mínimo em janeiro de 2003, pois terão que ser levantados recursos durante a votação do orçamento. Ele disse que o orçamento da União terá que ser refeito no Congresso. Perguntado sobre como equacionaria o impacto que o aumento do salário-mínimo provocará na Previdência Social, José Serra disse que a solução é arrecadar mais, trazendo mais trabalhadores para a formalidade.

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