A segunda parcela do 13.º que chega na quarta-feira, dia 20, deve dar fôlego aos devedores, mas a esperança de um próspero ano novo está longe de se concretizar para a maioria. Sem conseguir muitos descontos à vista eles preferem comprar em até três vezes e já entram em 2007 com dívidas, esquecendo de poupar para as contas extras do início do ano. A estimativa da Federação do Comércio no Paraná (Fecomercio) é de que mais da metade do que os trabalhadores recebem de 13.º vai para pagar contas. Os outros 40% vão para o consumo imediato e apenas 10% é poupado.
?O problema é que em dezembro há um ganho extra, com o 13.º, para fazer frente as despesas extras de festas e presentes, mas no início do ano só as contas aumentam?, lembra o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR). Ele se refere aos gastos com material escolar, uniforme, viagens de férias em janeiro e IPVA e IPTU em fevereiro.
Segundo o economista, por falta de planejamento muitos consumidores perdem a chance de aproveitar os descontos de pagamento à vista. ?Não tem como sair do vermelho sem planejamento. Quem não está devendo precisa fazer as contas para continuar no equilíbrio e quem deve precisa comparar receitas e despesas até para planejar a melhor forma de resolver o problema?, garante Silva.
Dica
Para quem está devendo, o economista dá algumas dicas, começando pelos bancos. Segundo Silva é melhor trocar a dívida do cheque especial e do cartão de crédito renegociando-as por uma de empréstimo pessoal onde o juro é mais baixo.
Mas atenção: ao renegociar a dívida você vai ficar sem limite e sem cartão. Esse tempo deve ser usado para aprender a gastar menos do que ganha. Não adianta fazer conta em outro banco ou pedir outro cartão. Para aprender mais sobre finanças pessoais vale usar os sites na internet: www.maisdinheiro.com.br; www.financenter.com.br; www.cefipe.com.br.
Inadimplência continua em alta, diz Serasa
Enquanto a Serasa aponta que a inadimplência aumenta entre os consumidores, outra pesquisa – da Fecomercio SP (Federação do Comércio de São Paulo) mostra que 34% dos que têm dívidas não têm como pagá-las.
Os dados de novembro mostram que a inadimplência aumentou 2,6% em comparação a outubro, que já mostrava alta de 5% sobre setembro. Olhando os 11 meses do ano, a inadimplência aumentou 11,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo os dados da Serasa, a renda dos consumidores está comprometida, principalmente, com os bancos (34,6%) e cartões de crédito (32,7%).
Pior é que quase um terço dos endividados (34%) não tem como saldar as contas. Foi o que mostrou a pesquisa da Fecomercio de novembro. No ano passado, esse total era de 19%.
Dos entrevistados, 61% têm dívidas, sendo que 43% estão em atraso. Para a maioria deles (67%) a segunda parcela do 13.º é a esperança de limpar o nome. (Cris Beller com agências)