Salão de turismo em busca de negócios

O 11.º Salão Profissional de Turismo, que começou ontem e se encerra hoje no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba, deve alavancar negócios da ordem de R$ 180 milhões. O valor é quase 15% superior ao estimado no ano passado (R$ 120 milhões). Ao todo, são 168 estandes ocupados por 300 empresas expositoras. A expectativa é que entre 6 mil e 7 mil pessoas passem até hoje pelo local.

Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR) – entidade promotora do evento – Joel Duarte, o volume de negócios esperados ?por si só demonstra a importância do turismo no Paraná?. Ele lembrou que no Estado, ?há o ícone chamado Foz do Iguaçu?, que recebeu 980 mil turistas no ano passado e 380 mil só no primeiro trimestre deste ano. ?O resto do Paraná é emissivo?, apontou. Já em cidades como Curitiba, Londrina e Maringá é o turismo de eventos que prepondera. ?Mas queremos mais. Divulgar as cachoeiras de Prudentópolis, por exemplo. A cidade, pela primeira vez, participa com estande próprio?, destacou.

O presidente nacional da Abav, João Pereira Martins Neto, que participou ontem da abertura do evento, destacou que o turismo está crescendo no País de maneira sustentada. ?Isso que é bom. Estávamos na horizontalidade, e agora, a curva de crescimento tem uma inclinação de 30º?, afirmou. Para ele, o Brasil pode de fato atrair 9 milhões de turistas até 2007, conforme prevê o Plano Nacional de Turismo.

Críticas

Martins Neto criticou o papel da Iata (International Air Transport Association) no caso das comissões pagas aos agentes de viagens. Segundo ele, as companhias aéreas se unem ?quase como a um cartel? em nível mundial. ?Se hoje não houvesse a Iata controlando a emissão de bilhetes, haveria um acordo entre a Abav e a Varig (representando todas as companhias nacionais)?, afirmou o presidente da Abav Nacional. A crítica é em relação às comissões pagas aos agentes de viagens na venda de bilhetes aéreos, que caíram de 10,9% para 6,7%. ?Os agentes têm que voltar a receber uma remuneração digna?, pediu. Apesar de uma redução na comissão, o faturamento das agências de viagens foi de R$ 3,2 bilhões no ano passado e a previsão para este ano é de aumento de 14% a 15%. ?O volume aumentou, mas a rentabilidade caiu?, resumiu o presidente da Abav-PR, Joel Duarte. Segundo ele, micro e pequenas agências de viagens não familiares estão passando por dificuldades financeiras.

O presidente da Abav Nacional destacou ainda que o governo federal tem obrigações sociais com a Varig. ?Queremos que se dê oportunidade a quem tem um ativo grande. Chegou a hora de o governo ter coragem e tomar uma decisão política?, afirmou. A Varig está com uma dívida estimada entre R$ 6 e R$ 9 bilhões, e tem R$ 2,4 bilhões para receber. Os principais credores são a Petrobras, Banco do Brasil e Infraero. ?Se a Varig parar, 150 mil pessoas serão demitidas. E nenhuma outra empresa terá condições de ocupar seu espaço num curto prazo?, falou.

Sobre o preço das tarifas e a falta de acesso à maioria dos brasileiros, Martins Neto destacou que não quer ?transformar o avião em ônibus.? ?Os custos são muito superiores?, disse. E arrematou: ?Lamento que nosso País não tenha duas coisas: rede rodoviária perfeita e rede ferroviária excelente. Se houvesse, o agente de viagens estaria comercializando também.? 

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