Safra vai superar 129 milhões de toneladas

Foto: Arquivo

Vai aumentar a área plantada com cana-de-açúcar.

Rio – A produção de grãos deste ano deverá ser de 129,4 milhões de toneladas, 11% maior que a de 2006, conforme a segunda previsão de safra, relativa a fevereiro, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um recorde histórico.

 A estimativa indica que o algodão herbáceo em caroço crescerá 27%; amendoim em casca segunda safra, 25,4%; aveia em grão, 24,9%; cevada em grão, 26,6%; feijão em grão primeira safra, 35,1%; feijão em grão terceira safra, 7,2%; mamona em baga, 82,1%; milho em grão primeira safra, 14,3%; milho em grão segunda safra, 20%; soja em grão, 8,5%; trigo em grão, 46%, e triticale, 17,3%.

As reduções na safra ficam por conta do amendoim em casca primeira safra (11,3%); arroz em casca (4%); feijão em grão segunda safra (7%) e o sorgo em grão (9,5%).

?As boas condições climáticas, na maioria das regiões, aliada ao aumento da produtividade, devem ser os responsáveis para esse recorde?, explicou Neuton Alves, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE.

Neuton Alves disse que o ganho de produtividade, por causa de investimentos em sementes e fertilizantes, é um resultado da recuperação dos preços no mercado internacional, especialmente para milho e soja. Segundo ele, isso vem ocorrendo devido à especulação sobre a futura safra norte-americana e a possibilidade de que os Estados Unidos aumentem a sua produção de álcool combustível.

?Enquanto que no Brasil se usa a cana para a produção de etanol, nos Estados Unidos é o milho. Com um possível aumento da produção de álcool, o milho ficaria retido e não sairia dos Estados Unidos, que é um grande produtor. E esse aumento da produção de milho acabaria repercutindo numa diminuição da área plantada de soja?, explicou.

Entre as grandes regiões, os volumes de produção esperados (e as variações em relação a 2006) são: Norte, 3,5 milhões de toneladas (2,97%); Nordeste, 11,8 milhões de toneladas (8,25%); Sudeste, 16,1 milhões de toneladas (13,37%); Sul, 56,5 milhões de toneladas (42,02%), e Centro-Oeste, 41,5 milhões de toneladas (33,39%).

Etanol alavanca produção de milho e de cana

Rio (AE) – As boas perspectivas para o etanol no Brasil já estão gerando conseqüências positivas para a safra do milho e da cana-de-açúcar. O milho responde por 35% da safra brasileira e a influência dessa cultura será determinante para a colheita total de grãos e oleaginosas; recorde de 129,6 milhões de toneladas prevista para 2007. Se confirmada, a safra terá aumento de 11% ante a do ano passado.

Os preços do milho estão subindo no mercado internacional porque parte da oferta desse produto tem sido destinada à produção de etanol nos Estados Unidos. Segundo observou o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Neuton Alves Rocha, os bons preços levaram os produtores a aumentarem a área plantada em 2007.

A área plantada do milho nesta safra deverá atingir 13,16 milhões de hectares, ou 29% da área total da safra brasileira, com aumento de 4,4% em relação à área cultivada em 2006. A colheita do produto, segundo estima o IBGE, poderá chegar a 49,17 milhões de toneladas, com crescimento de 16% ante a safra do ano passado.

A safra de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol no Brasil, deverá aumentar 7% na safra 2007 em relação à anterior e somará 490 milhões de toneladas. Em São Paulo, estado que responde por 57% da produção nacional, a safra deverá aumentar 5,3%, para 280 milhões de toneladas. Segundo Rocha, o aumento na produção da cana resulta da expansão do consumo interno e da demanda mundial.

Soja

Apesar do crescimento do milho, a soja manterá a liderança na safra deste ano e responderá por 43,8% da colheita total do País, com uma produção de 55,7 milhões de toneladas, volume 7,5% superior ao obtido no ano passado. Para a safra agrícola total, a projeção divulgada hoje pelo IBGE, relativa ao mês de fevereiro, é 1,2% maior do que a de janeiro (127,9 milhões de toneladas).

A projeção do IBGE é mais otimista do que a divulgada no início da semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 127 milhões de toneladas. O chefe da coordenação de agropecuária do instituto, Flávio Bolliger, explicou que a diferença na projeção ocorre por causa dos distintos períodos abordados pelas duas instituições. Segundo ele, o período avaliado na projeção de safra da Conab abrange os anos de 2006 e 2007 e vai de julho de um ano ao mesmo mês do ano seguinte.

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