Safra de cana terá aumento de 9,2%

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Jacinto Ferreira, da Conab: melhoria das condições climáticas.

A produção nacional de cana-de-açúcar no ciclo 2006/07 está estimada em 471,2 milhões de toneladas. Esse volume supera em 9,2% a colheita passada, de 431,4 milhões/t, e mantém a atual safra como a maior da história do País. Os dados constam do segundo levantamento da cultura de cana-de-açúcar na temporada 2006/07, divulgado ontem pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira.  

Quando comparado ao anterior, realizado em maio deste ano e que indicava uma produção de 469,8 milhões/t, o mais recente levantamento da Conab aponta um aumento de 0,3%, ou 1,3 milhão/t. Para fazer a pesquisa, a estatal mandou a campo 45 técnicos, que visitaram 322 usinas de açúcar e destilarias de álcool e 60 entidades de classe em todo o País. Nesses estabelecimentos, os funcionários da empresa aplicaram 392 questionários.

O crescimento da safra se deve às boas condições climáticas na região nordeste. Isso também compensou a queda da produção no centro-sul, provocada pela estiagem. Ainda assim, os estados do sul, sudeste e centro-oeste continuam sendo os maiores produtores de cana, responsáveis por 86,3% da colheita no País. São Paulo é o mais importante, com 282,1 milhões/t, ou 59,9%, em uma área de 3,3 milhões de hectares. Já o norte/nordeste contribui com 13,7% do total da produção.

Indústria

Do volume total estimado pela Conab, 423,4 milhões/t de cana serão destinadas à indústria sucroalcooleira, sendo 238,4 milhões/t para a produção de açúcar, resultando em 595,3 milhões de sacas de 50 quilos do produto. Já a industrialização total de álcool (hidratado, anidro e neutro) vai consumir 185 milhões/t de cana, gerando 17,8 bilhões de litros. O restante da produção (47,8 milhões/t) será destinado a outros fins, como cachaça, rapadura, ração animal e sementes (mudas).

De acordo com a pesquisa da estatal, realizada na primeira quinzena deste mês, a área plantada de cana no Brasil aumentou 5,5%, passando de 5,8 milhões de hectares, em 2005/06, para 6,2 milhões/ha em 2006/07. O crescimento é resultado da ocupação de áreas antes usadas pela pecuária e pelo plantio de grãos.

O objetivo do levantamento, ressaltou Jacinto Ferreira, é subsidiar o governo federal nas suas políticas e medidas voltadas ao agronegócio da cana-de-açúcar e derivados. Além disso, acrescentou o presidente da Conab, a pesquisa também serve para auxiliar na tomada de decisões dos demais envolvidos na cadeia produtiva sucroalcooleiro.

O terceiro e último levantamento da safra 2006/07 será realizado pela empresa em novembro. Mais informações no site da Conab: www.conab.gov.br.

Preço do álcool já caiu 30,95%, em média, nas usinas

Embora as usinas tenham comercializado álcool, nos últimos meses, a valores bem abaixo dos preços praticados quando do início da safra de cana, em março último, os reflexos disso têm sido tímidos no bolso do consumidor.

Levantamento realizado semanalmente pela UFPR/Dere aponta que entre as semanas de 13 a 17 de março e 21 a 25 de agosto deste ano, o preço do litro de álcool vendido pelas usinas acumulou queda de 30,95%, em média. No caso do produto hidratado (que vai direto no tanque), a redução foi ainda maior: 35,56% (passando de R$ 1,262 para R$ 0,813/litro), enquanto o anidro (que é misturado à gasolina), teve uma diminuição de 26,34% (de R$ 1,265 para R$ 0,932/litro).

De acordo com pesquisa da ANP, o mesmo álcool, vendido em igual período nas distribuidoras do Paraná, registrou redução entre 27,22% (Maringá) e 36,47% (Campo Mourão). Nas cidades de Curitiba, Londrina, Apucarana e Paranavaí, os preços ficaram em torno de 27% a menos.

No entanto, a ANP constatou que, nas vendas ao consumidor, a redução repassada não fica na mesma proporção. Entre 13 de março e 25 de agosto, a maior baixa ocorreu nos postos de Campo Mourão (28,49%), seguida de Curitiba (25,91%), esta última, curiosamente, distante das regiões produtoras de álcool. Maringá, principal pólo sucroalcooleiro do Estado, foi a que registrou a menor redução (16,71%), acompanhada de Londrina (19,71%), Paranavaí (20,62%), Apucarana (20,72%), Umuarama (21,93%), Cascavel (23,77%) e Ponta Grossa (25,59%).

Mesmo estando geograficamente próxima da maior parte das usinas paranaenses, a cidade de Maringá vende o litro de álcool a R$ 1,640 em média, o terceiro preço mais alto do Estado, só perde para Paranavaí (onde o litro custa R$ 1,671 em média) e Londrina (R$ 1,658). Depois, na seqüência, vêm Ponta Grossa (R$ 1,631), Apucarana (R$ 1,626), Umuarama (R$ 1,563), Cascavel (R$ 1,562) e Campo Mourão (R$ 1,426). Curitiba, que fica distante das usinas, tem o segundo menor preço do Estado: R$ 1,464 o litro, em média.

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