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Roupas caras e combustível mais barato em Curitiba

As roupas ficaram mais caras em Curitiba no último mês, com a chegada do inverno. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na manhã desta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que roupas masculinas, femininas, infantis e calçados sofreram elevação de 1,70% de 28 de maio a 28 de junho na cidade, acima da média nacional (1,25%). Apesar dessa alta, Curitiba teve o menor resultado regional entre os índices regionais do IPCA (-0,15%), influenciado, principalmente, pela queda dos combustíveis (-5,99%).

Os agasalhos tiveram uma grande alta, 2,63% nos femininos e 2,56% a mais nos masculinos, assim como as calças, que ficaram 2,45% mais caras para os homens e com acréscimo de 1,86% para as mulheres. Nas roupas infantis, o aumento foi de 1,75%.

A tendência de alta se repetiu nos calçados, com acréscimo de 2,15%. Assim como as roupas, o setor de saúde e cuidados pessoais também teve alta em Curitiba no último mês (0,93%), resultado principalmente de aumento nos produtos farmacêuticos (1,60%).

Na outra ponta, das variações de preço positivas ao consumidor, destacou-se o setor de transportes, que em Curitiba teve queda de 1,99%. Essa redução foi alcançada pela baixa de 5,99% nos combustíveis, principalmente no etanol (-12,07%), seguido pela gasolina (-5,43%) e óleo diesel (-1,08%).

A compra de automóveis também ficou mais acessível, tanto para um carro novo (-1,17%) como para um carro usado (-1,86%), assim como o seguro (-0,41%). Entretanto, outros fatores sofreram alta, como o óleo (acréscimo de 2,61%), o conserto de automóvel (2,67%) e o estacionamento (2,29%).

No transporte público houve alta de 0,51% no IPCA de junho em Curitiba, com destaque para o aumento de 9,71% nas passagens aéreas.

Resultado nacional

O IPCA de junho, na média entre as principais capitais brasileiras, apresentou resultado de 0,15%, bem abaixo da taxa de maio (0,47%), numa diferença de 0,32 ponto percentual. Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 3,87%, acima da taxa de 3,09% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o índice situa-se em 6,71%, acima dos 6,55% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em 2010 os preços haviam se mantido estáveis no mês de junho, com o resultado do IPCA exatamente em zero.

A forte redução na taxa de crescimento do IPCA de maio para junho é explicada, em grande parte, pela deflação registrada no grupo alimentação e bebidas, que, da alta de 0,63% em maio, passou para -0,26% em junho, aliada à queda ainda mais intensa do grupo transporte, que já havia apresentado -0,24% em maio e, em junho, registrou -0,61%, de acordo com análise do IBGE.

Nos transportes, o litro da gasolina, que havia apresentado variação nacional de 0,85% em maio, teve taxa de -3,94% em junho, ficando na liderança dos principais impactos para baixo no IPCA, com -0,17 ponto percentual. A seguir veio o etanol, que havia registrado queda de 11,34% em maio e, em junho, continuou em queda, porém, menos acentuada (-8,84%). Juntos, os preços dos combustíveis caíram 4,25% em junho, gerando um impacto de -0,20 ponto percentual.

Com a queda nos preços dos combustíveis, o grupo transportes apresentou variação de -0,61%, apesar da alta das passagens aéreas (de -11,57% em maio para 12,85% em junho), item de maior impacto do mês, com 0,04 ponto percentual.

Cálculo do índice

Calculado pelo IBGE desde 1980, o IPCA se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice desse mês, foram comparados os preços coletados de 28 de maio a 28 de junho de 2011 (referência) com os preços vigentes de 29 de abril a 27 de maio de 2011 (base).