Roubini diz que Brasil precisa investir mais em educação

A diversificação da atividade econômica coloca o Brasil em vantagem em relação às economias desenvolvidas e, até mesmo, frente às emergentes. A afirmação foi feita hoje pelo economista e presidente da RGE Monitor, Nouriel Roubini, que destacou ainda os avanços da economia brasileira. O economista, que ficou famoso ao prever a crise econômica mundial, foi, contudo, enfático ao dizer que o País precisa investir mais em educação e na capacitação do capital humano. Na visão de Roubini, o investimento em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), por exemplo, tem de correr lado a lado com os investimentos em educação.

“São importantes programas de transferência de renda para as pessoas mais pobres, mas é mais importante ainda dar educação para os mais pobres”, comentou o presidente da RGE Monitor. Roubini também defendeu a realização de reformas estruturais como base para o crescimento sustentável da economia brasileira. O Brasil, segundo ele, tem de atentar para o risco de se tornar uma economia altamente dependente da exportação de commodities, apesar de reconhecer a diversificação da economia brasileira. Isso porque, de acordo com Roubini, os preços das commodities tendem a cair no curto prazo no mercado mundial, dado o desaquecimento da economia global.

Perguntado se o crescimento da economia brasileira vai requerer um forte arrocho de juros, Roubini disse que não gostaria de opinar sobre o tema. “Não vou ficar aqui dando chutes sobre arrocho monetário no Brasil. Vocês tem um Banco Central com um corpo técnico sofisticado, que sabe da necessidade de manter a inflação no centro da meta”, disse, acrescentando, porém, que tudo vai depender do crescimento da economia doméstica. O presidente da RGE Monitor também destacou que os choques externos, como a redução da liquidez mundial, podem levar a um arrefecimento da economia interna. E que esses choques estão fora do raio de ação do País.

As afirmações de Roubini foram feitas em palestra “Quais as chances do Brasil se tornar uma potência econômica nas próximas décadas?”, no “Fórum Exame – A construção da quinta maior economia do mundo”, que acontece em São Paulo.