Rodrigues lança Plano Nacional de Agroenergia

Piracicaba (AE) – O Ministério da Agricultura pretende criar alternativas para o aproveitamento integral da energia da cana-de-açúcar no País, que responde por 60% do total da produção mundial do álcool utilizado para fins energéticos, estimada em 25 milhões de litros. A iniciativa consta do Plano Nacional de Agroenergia, lançado ontem pelo ministro da Pasta, Roberto Rodrigues, na cidade de Piracicaba (SP).

O documento foi elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e vai construir  as bases para a criação do Consórcio Brasileiro de Agroenergia. Faz parte também da ação estratégica do governo federal para aumentar a produção de biocombustíveis, uma vez que, a partir de 2008, será obrigatório o uso de 2% de biodiesel no diesel nacional. Esse porcentual representa quase 1 bilhão de litros de biodiesel por ano.

Segundo o plano, a produção de agroenergia no Brasil estará concentrada em cinco grandes grupos: florestas, biogás, biodiesel, etanol e resíduos. No que diz respeito ao etanol, embora possa ser obtido de outras fontes, a estratégia é que ele será integralmente retirado da cana-de-açúcar.

De acordo com o Ministério da Agricultura, na safra 2004 das cerca de 380 milhões de toneladas moídas de cana-de-açúcar, aproximadamente 48% foram destinadas à produção de álcool. O bagaço remanescente da moagem é queimado nas caldeiras das usinas, tornando-as auto-suficientes em energia e, em muitos casos, superavitárias em energia elétrica, que pode ser comercializada.

No total foram produzidos 15,2 bilhões de litros de álcool e uma geração de energia elétrica superior a 4 gigawatts/hora durante a safra, o que representa aproximadamente 3% da geração anual brasileira.

A cana-de-açúcar é a segunda maior fonte de energia renovável do Brasil, com 12,6% de participação na matriz energética atual, considerando-se o álcool combustível e a co-geração de eletricidade, a partir do bagaço. Cerca de 85% dos 6 milhões de hectares de cana-de-açúcar produzida no Brasil estão na região Centro-Sul (concentrada em São Paulo, com 60% da produção) e os 15% restantes na região Norte-Nordeste. Uma das diretrizes do plano deverá ser o desenvolvimento de instrumentos que promovam a desconcentração da produção.

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