O governador Roberto Requião viaja na noite de hoje à Espanha, onde pretende ampliar o intercâmbio comercial do Paraná especialmente com a região da Galícia, na fronteira com Portugal. O objetivo da missão é buscar novos conhecimentos na área pesqueira e na criação de frutos do mar, atividades nas quais os galegos apresentam um dos maiores avanços tecnológicos. O governador também quer conhecer o turismo religioso, os portos e a pecuária da região.
A viagem de Requião é uma resposta a um convite feito pelo secretário geral de Relações com a União Européia e Cooperação Exterior, Jesús Gamallo. Na terça-feira, o governador será recebido pelo presidente da Xunta de Galicia, Manuel Fraga Iribarne. O intercâmbio faz parte de uma estratégia de aproximar o Mercosul da União Européia. Na avaliação do governo da Galícia, o Paraná e os demais Estados do Sul, pela semelhança de costumes, são os que apresentam o maior potencial de comércio bilateral.
Junto com o governador do Paraná, estarão o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique; o secretário do Codesul no Rio Grande do Sul, Idenir Cechim, e o governador de Paraíba, Cássio Cunha Lima. O secretário do Codesul Paraná, Santiago Martin Gallo, ressalta que a cooperação entre o Paraná e a Espanha na área pesqueira deve ser bastante produtiva. “A Galicia está entre os países com maior experiência de pesca do mundo”, avalia.
Pesca
O Paraná – que tem um litoral rico em peixes como pescada, corvina, robalo e linguado – está com a pesca ameaçada pelo extrativimo. “O cultivo e o repovoamento representam as estratégias que podem recuperar a atividade pesqueira do Paraná”, afirma o engenheiro de pesca da Emater, Luiz de Souza Viana, responsável pelo setor de Aqüicultura na Região Metropolitana de Curitiba.
Distribuídos em 11 colônias de pesca no litoral e outras regiões, os pescadores do Paraná formam um contingente de 23 mil trabalhadores dedicados à atividade, concentrados principalmente nas regiões Oeste, Norte, Sudoeste e Litoral. São pelo menos quatro pólos de psicultura.
O repovoamento de pescados está sendo desenvolvido principalmente no litoral. Como resultado da atividade, a previsão é que este ano 78 pescadores envolvidos em programas de incentivo produzam 100 mil dúzias de ostras e, outros dez, 15 toneladas de mexilhões. Para gerar novos empregos no setor, o governo também incentiva os pesque-pague. Em cada um deles, é criado pelo menos um emprego direto.