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RMC registra menor taxa de desemprego do Brasil: 4,1%

A taxa de desocupação na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), calculada a partir da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e pelo IBGE, caiu de 4,4% para 4,1% da População Economicamente Ativa (PEA) entre maio e junho de 2011.

O índice apurado em junho foi o menor para o mês na série histórica, iniciada em 2002, situando-se abaixo do patamar apurado em junho de 2010 (4,8% da PEA). A taxa da RMC foi também, mais uma vez, a menor do País.

A média nacional do desemprego – que não leva em conta a taxa da RMC e é calculada com base nos resultados das regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – foi de 6,2% da PEA. É também o menor nível para o mês de junho, desde o começo da nova série em 2002, levemente menor que o constatado em maio de 2011 (6,4%) e inferior a junho de 2010 (7,0%). Na média mensal do primeiro semestre, o patamar de desemprego foi de 3,9% da PEA na RMC e de 6,3% no País.

O rendimento médio real (com o desconto da inflação) dos trabalhadores foi de R$ 1.671,40 na RMC, em junho de 2011, 5,2% acima do registrado em junho de 2010 e 2,2% superior ao verificado em maio de 2011. É o segundo maior do País, ficando atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo e 5,9% superior à média nacional.

No Brasil, os rendimentos atingiram R$ 1.578,50 em junho de 2011, com incremento de 4,0% e 0,5% em relação a junho de 2010 e a maio de 2011, respectivamente.

Análise

Para o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, a trajetória de estabilização do desemprego e a ascensão dos rendimentos comprovam a preservação do vigor das atividades econômicas, a despeito da estratégia de elevação dos juros e contenção do crédito, praticada pelo Banco Central (BC) desde o final de 2010, o que valida, mais uma vez, a tese de descompasso entre o tempo da política monetária e o da inflação, com a elevação dos juros atingindo a demanda de forma defasada.

“Ainda é perceptível a circunstância de aquecimento da economia, evidenciada pela disputa das empresas pela residual oferta do fator trabalho no mercado, inclusive nas categorias com menor grau de qualificação, o que estimula a rotatividade”, afirma Lourenço.

Na mesma linha, lembra o presidente do Ipardes, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, o volume comercializado pelos estabelecimentos varejistas atuantes no Estado cresceu 10,1% nos primeiros cinco meses do ano, em confronto com idêntico período de 2010, contra expansão de 9,2% para o total do Brasil.

Os eixos dinâmicos do varejo regional foram veículos, motos, partes e peças (18,2%), produtos farmacêuticos e de perfumaria (16,2%), móveis e eletrodomésticos (15,4%) e material de construção (11,9%).

Contudo, avalia Lourenço, o mercado de trabalho poderá sofrer arrefecimento no segundo semestre. “Essa perspectiva decorre dos impactos das medidas de restrição ao consumo aplicadas pelas autoridades econômicas, em um panorama de discrepância entre as taxas de desemprego nas diferentes regiões – acusando pico de 10,2% em Salvador e piso de 4,1% em Curitiba – e de alcance do limite técnico de endividamento primário da população”, afirma.

O Ipardes lembra que a PME engloba dinâmicas disformes do funcionamento do mercado de ocupações nas sete regiões avaliadas, resumidas em maiores patamares de renda e menor desemprego, naquelas mais industrializados, sediadas no Sudeste e Sul do País, e menores níveis de renda e maior desocupação nas áreas do Nordeste, por exemplo.

Renda

Enquanto o rendimento médio real, em junho de 2011, foi de R$ 1.671,40 na Grande Curitiba, na Região Metropolitana de São Paulo o valor ficou em R$ 1.692,50, no Rio de Janeiro em R$ 1.628,30, em Belo Horizonte em R$ 1.553,40, em Porto Alegre em R$ 1.548,40, em Salvador em R$ 1.311,70 e na região de Recife em R$ 1.079,30.

O Ipardes destaca ainda o caráter parcial da medição da desocupação no Brasil, explicado por duas ordens de fatores: a não mensuração da desocupação oculta, expressa no exercício do trabalho em modalidades precárias e no desalento, ou na desistência da busca de emprego e o fato de o levantamento não abranger a totalidade das regiões metropolitanas nem as áreas do interior do País.