Risco-País despenca para 155 pontos

São Paulo – A taxa de risco-país do Brasil se mantém no menor valor da história, aos 155 pontos, em queda de 3,72%, nesta segunda-feira. Após a interrupção de três dias pelo feriado religioso, o mercado mundial retoma suas atividades sob o impacto de números mais positivos que o esperado da economia americana. O relatório do Departamento do Trabalho norte-americano reduziu os temores de que a economia dos EUA possa deslizar ladeira abaixo, na esteira da desaceleração na atividade de setores como o de imóveis e manufatura.

 Embora o volume de negócios seja ainda bastante reduzido, por conta do feriado em Londres, os preços dos papéis da dívida dos emergentes mostram equilíbrio, o que projeta o risco em forte baixa. Ou seja, o forte movimento de venda de títulos do Tesouro americano (Treasuries) por conta do payroll (vagas criadas) – que levou a taxa do papel de 10 anos para acima de 4,7% – não provocou pressão de venda na mesma proporção no mercado da dívida, indicando que os investidores não querem se desfazer destes papéis, apesar do melhor rendimento oferecido pelos seguros dos títulos do Tesouro dos EUA.

Títulos

Os primeiros negócios com o Global 40, principal título da dívida externa brasileira, indicam, entretanto, pequeno ajuste de baixa no preço do papel. Na corretora ICAP/Garban, o Global 40 era negociado a 134,80 centavos, queda de 0,22%, ontem pela manhã.

O risco-Brasil é o indicador que mede o grau de desconfiança dos investidores na economia brasileira. O pior resultado (recorde de alta), 2.436 pontos, foi registrado no dia 27 de setembro de 2002, pouco antes da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente.

Para estipular o risco de cada país, analistas do J.P. Morgan calculam quanto um determinado governo deve pagar a mais aos investidores do que o governo dos Estados Unidos, de forma que, do ponto de vista deles, seja mais vantajoso investir no país que deixar o dinheiro nos EUA. Também são levados em consideração indicadores financeiros e políticos de cada país, tais como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, entre outros.

Dólar

Apesar das estimativas de queda para o dólar, a moeda americana manteve a oscilação da média dos últimos dias no mercado, ontem. No fechamento, apresentou queda de 0,34%, passando, o comercial, a ser vendido a R$ 2,02. Alguns analistas já projetam para os próximos dias o dólar a menos de R$ 2.

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