Risco-Brasil tem menor nível histórico

São Paulo (AE) – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu novo recorde ontem, com 33.223 pontos, em alta de 1,60%. O dólar comercial fechou cotado a R$ 2,1770 na ponta de venda das operações, em baixa de 0,87% em relação aos últimos negócios de ontem. O risco brasileiro – taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do País – caiu até 316 pontos, menor nível desde a criação do índice pelo J.P. Morgan.

Quanto menor esta taxa, maior é a confiança do investidor, que passa a pedir um prêmio menor para negociar papéis do País. Com o risco em 316 pontos, significa que o investidor vai receber prêmio de 3,16 pontos base, acima dos juros dos títulos norte-americanos, considerados sem risco. Os investidores buscam ganhos mais expressivos nos títulos do Brasil. A queda dos juros negociados nos títulos norte-americanos contribui para isso, já que ficam menos atrativos.

Diante deste cenário, investidores buscam ganhos maiores em ativos de maior risco, como os títulos da dívida brasileira. O mercado de ações no Brasil, que bateu recorde ontem, também atrai a atenção dos investidores estrangeiros.

Mercado cauteloso

Depois do susto com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), referente ao 3.º trimestre, que caiu 1,2%, setores da atividade econômica começam a divulgar os primeiros resultados dos meses que compõem o último trimestre do ano. Hoje, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou que as vendas reais na indústria de transformação caíram 2,51% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano anterior e 0,91% ante setembro. Por outro lado, houve recuperação no número de horas trabalhadas na produção, no número de empregos na indústria, e no salário dos trabalhadores do setor.

A CNI explica que os indicadores industriais divulgados mostram que há um aprofundamento da queda do faturamento industrial com tímida recuperação das variáveis atreladas à produção, como número de horas trabalhadas. O documento explica que essa diferença pode sinalizar duas possibilidades: ou o nível de estoques cresceu em outubro, ou a valorização do real reduziu o faturamento em reais das empresas exportadoras.

A CNI não descarta que possa haver uma conjugação dos dois fatores. ?Se de fato for aumento de estoques é sinal de ajuste no nível produtivo à frente, a menos que a demanda se expanda rapidamente?, diz o documento. Por outro lado, a CNI avalia que se for estritamente o efeito do câmbio isso pode restringir novos investimentos e comprometer o crescimento futuro da economia.

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