Risco-Brasil em 375 pontos atinge o menor nível desde 97

O risco-Brasil – termômetro da desconfiança do investidor estrangeiro na capacidade de o País honrar seus compromissos com os credores -atingiu ontem o menor patamar desde outubro de 1997, época da crise asiática. O indicador – medido pelo banco norte-americano de investimentos JP Morgan com base no valor médio dos negócios com os títulos da dívida externa – somava 375 pontos no final da tarde, uma queda de 2,34% em relação ao fechamento da sexta-feira passada (384 pontos).

Esse é o nível mais baixo do risco brasileiro desde o último dia 23 de outubro de 1997, quando estava em 374 pontos. No ano, o indicador acumula queda de 1,83%.

No ranking dos maiores riscos calculados pelo JP Morgan, o Brasil aparece na sexta colocação, atrás da Argentina (5.052 pontos), Nigéria (660), Equador (612), Venezuela (418) e Filipinas (392). Abaixo do Brasil, em sétimo lugar, está a Colômbia com 341 pontos.

Os investidores estrangeiros alimentam expectativas positivas em relação ao Brasil, como uma possível melhora do ?rating? (nota de crédito) e o resgate antecipado do C-Bond, título da dívida externa renegociada.

Se decidir por essa operação em abril, data do pagamento semestral dos juros desse título, o governo Lula tem de avisar o mercado até o início da próxima semana (dia 15). Em janeiro, a agência de classificação de risco Moody?s indicou que poderia melhorar o rating da dívida em moeda estrangeira do Brasil no curto prazo. Além disso, aguarda-se a decisão do governo sobre a renovação ou não do acordo do Brasil com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Na prática, um patamar mais baixo do risco favorece empresas e bancos que tomam dinheiro emprestado no exterior, pois esse indicador serve para balizar o custo dos financiamentos, como nas captações de recursos por meio da emissão de bônus.

Na crise de confiança com a eleição presidencial em 2002, o risco-Brasil chegou a superar 2.400 pontos, ou seja, os bancos estrangeiros fecharam as torneiras do crédito para as empresas, o que reduziu a oferta de divisas no País e fez o dólar, na época, encostar em R$ 4. O menor risco-Brasil da história foi de 337 pontos, alcançado em 22 de outubro de 1997.

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