Rio Grande do Sul e Santa Catarina temerosos com aftosa da Bolívia

Porto Alegre (AE) – Os secretários da Agricultura do Rio Grande do Sul e Santa Catarina redigiram ontem, durante reunião na capital gaúcha, uma carta conjunta que será enviada ao Ministério da Agricultura (Mapa) pedindo medidas de proteção na fronteira com a Bolívia. Querem evitar risco de exposição do rebanho brasileiro à febre aftosa, detectada no país vizinho.

Entre os estados que fazem divisa com a Bolívia, Acre e Rondônia representam uma preocupação adicional porque estão autorizados, conforme orientação do Mapa, a vender carne com osso ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o produto não pode ingressar por força de uma portaria estadual, mas os catarinenses acompanham a norma federal e recebem carne com osso de Rondônia. O produto é considerado um veículo potencial de transporte do vírus, que pode ficar alojado no osso.

Além de discutir a situação da Bolívia, o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Antônio Ceron, pediu na reunião de ontem com o colega do Rio Grande do Sul, João Carlos Machado, para apresentar uma reivindicação. Ceron pediu que seu estado seja autorizado a vender carne com osso para o Rio Grande do Sul o que ainda não é possível, apesar de Santa Catarina ter situação sanitária de área livre de aftosa sem vacinação. ?Na próxima reunião (da cadeia produtiva) vamos analisar?, disse Machado, sem fixar data, argumentando que a situação vai evoluir de acordo com os desdobramentos na Bolívia. Santa Catarina também solicitou ao Rio Grande do Sul autorização para a entrada de animais vivos destinados à exposições e venda.

A portaria 200, editada em julho de 2006 e que ainda está em vigor, regula a entrada de animais suscetíveis à aftosa e produtos derivados no RS. Ela foi editada na seqüência de outras normas adotadas após os focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná, em 2005. O Paraná cobra permissão para vender carne ao RS.

O governo gaúcho discute a possível modificação da regra, mas o secretário não quis adiantar qual pode ser a abrangência das mudanças. Durante reunião de ontem, no entanto, o secretário informou a integrantes da cadeia produtiva que a intenção é liberar a entrada de carne sem osso e maturada do Paraná. Machado prometeu discutir a medida com a governadora Yeda Crusius (PSDB). A decisão do estado será informada possivelmente hoje ao governo do Paraná.

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