Revisão de encargos fará crescer o emprego formal no Estado

O Brasil registrou ano passado mais trabalhadores com carteira assinada que em 2005, apontou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Paraná, seguindo tendência nacional, também vem aumentando o número de empregos formais segundo a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), graças ao aprimoramento de alguns setores da indústria e à fiscalização sobre os empregadores. Mesmo assim, para que a carteira assinada seja realidade para muito mais gente, o delegado do Trabalho no Estado, Sérgio Silveira de Barros, acredita que é preciso rever os encargos embutidos no emprego formal.

A Pnad revelou que, em 2006, para cada cinco vagas de trabalho criadas, três eram com carteira assinada. O número de trabalhadores inseridos atingiu 30,1 milhões em todo o Brasil, um crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior ou o acréscimo de 1,3 milhão de pessoas no setor formal. Esses empregados, que somavam 33,1% da população ocupada em 2005, passaram a 33,8% em 2006. No Paraná, a evolução da carteira assinada nos últimos anos é vista pelo IBGE como das mais acentuadas no País, com o número de trabalhadores beneficiados passando de 1,7 milhão, em 2002, para 2,2 milhões em 2006.

Sérgio Barros relaciona o avanço no Estado ao crescimento de determinados setores da indústria, principalmente. É o caso do setor automotivo, que vem batendo recordes de produção, vendas e exportações. ?Naturalmente, toda expansão do emprego nas montadoras impacta na cadeia produtiva de autopeças e demais setores que a fomentam na faixa de 1 para 20 (empregos)?, relaciona. Além disso, ele destaca no Estado a indústria de papel e celulose. A Klabin, na região de Telêmaco Borba, trabalha para dobrar a capacidade produtiva com investimentos da ordem de R$ 2 bilhões. ?Ainda estão na fase da construção civil, mas já gera efeitos multiplicadores.?

A ampliação das instalações da Repar (refinaria da Petrobras instalada na Cidade Industrial de Curitiba) e o fomento dos frigoríficos no interior do Estado, principalmente de aves, também refletiriam o aumento do emprego formal. ?Outro setor que assume lideranças é o etanol, com investimentos estrangeiros em usinas de álcool?, cita. Na região de Umuarama, por exemplo, uma dessas usinas, em processo de instalação, promete gerar 1.500 empregos diretos. Por último, a construção civil também compõe a lista.

Barros destaca ainda que, em 2006, a DRT-PR conseguiu a formalização de 25 mil empregos já existentes, fora as contratações no setor de comércio e serviços, historicamente os que mais empregam. ?Mas para gerar mais empregos, mesmo, temos de estimular o empresário a contratar com a redução de encargos. Isso pode ser feito, por exemplo, criando-se um imposto sociotecnológico sobre as indústrias de ponta; quem substitui mais empregos por máquinas paga mais impostos. Caso contrário, a expansão fica como hoje: a cargo do ritmo da economia, que, quando estagna, faz a flexibilidade pender sempre para o lado das contratações.?

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