Retomada começou, mas não há motivo para festa

Campinas – O Brasil está crescendo e gerando empregos, disse ontem em Campinas o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante palestra a uma platéia de cerca de 300 diretores e gerentes financeiros do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef)-Campinas. Mas ele destacou que o momento não é de “euforia, de festa”, porque ainda “há muito trabalho pela frente”.

Durante pouco mais de 40 minutos, Meirelles insistiu no discurso de que o País está “no caminho certo” e pediu que “o homem e a mulher públicos mantenham a serenidade, a firmeza e o direcionamento porque nós não temos o direito de errar”. Questionado sobre a quem se referia, o presidente do Banco Central disse que “a todos os brasileiros. Precisamos ter persistência, determinação e paciência, porque o caminho está certo e nós vamos chegar lá?.

Ele evitou confrontos e considerou legítima a manifestação do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que propôs um pacto nacional para proteger o País. “O Brasil precisa que todos colaboremos”, alegou.

Meirelles desfilou números para justificar a tendência de crescimento do País, destacou a alta do Produto Interno Bruto (PIB), mas disse que o Banco Central não está considerando, neste momento, revisão do crescimento previsto para este ano, de 3,5%. “Inclusive porque o relatório de inflação do Banco Central que vai fazer uma reanálise desse assunto será publicado no mês de junho.” Ele acrescentou, entretanto, que o mercado já começa a discutir revisões para cima.

“O importante é que o Brasil está crescendo e se nós compararmos o crescimento brasileiro com o de outros países, nós temos de usar a mesma medida”, afirmou.

Meirelles lembrou que a inflação dos últimos 12 meses foi de 5,2%, a expectativa para este ano é de 6,2% e para os próximos 12 meses, abaixo dos 6%. Ele não quis comentar a possibilidade de uma inflação maior este ano. “As informações estão na ata do Copom (Comitê de Política Monetária)”, desconversou.

“Nenhum país com inflação elevada tem crescimento sustentado por longo período. Os fundamentos da economia brasileira são sólidos, de crescimento sustentado com inflação sob controle, e a inflação está convergindo para as metas”, disse, descartando medidas que chamou de erros passados, como “congelamento, confisco, moratória”.

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