Retirada de 41 blocos enfraquece 9ª Rodada da ANP

A 9ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo (ANP), prevista para os dias 27 e 28 de novembro, ficou mais fraca e perdeu o status que vinha recebendo do setor de um dos leilões mais atrativos, possivelmente mais disputados e até mesmo com recorde de participantes. A decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de retirar os 41 blocos da rodada enfraqueceu o leilão e deve fazer com que várias das grandes empresas do setor reavaliem sua decisão de participar.

"A retirada desses blocos certamente não altera em nada a decisão das pequenas companhias, interessadas em áreas em terra ou em águas rasas, mas as grandes companhias, que estavam de olho neste filé, certamente desistirão ou, no mínimo, pensarão várias vezes antes de entrar neste round", disse Murilo Marroquim, presidente da Devon no Brasil. Ele lembrou que as empresas investiram milhões de dólares para se prepararem para participar da rodada e este investimento "foi pelo ralo".

Segundo a Agência Estado apurou com fontes das empresas, cada companhia pode ter gasto em média algo em torno de US$ 3 milhões a até US$ 5 milhões para se prepararem para a rodada, com a contratação de geólogos e pesquisas sobre cada campo disponibilizado.

Outra crítica das empresas privadas que atuam no setor de petróleo no país é que o "timing" da divulgação foi completamente equivocado. "A própria ANP já vinha divulgando nas audiências públicas que realizou o potencial dessas suas reservas e já se falava desta camada pré-sal há mais de um ano. Por que então deixar que as empresas investissem, para depois retirar os blocos a apenas duas semanas do leilão?", indagou Júlio Moreira, da Encana. Para ele, a decisão do CNPE pode impactar inclusive a decisão de empresas que sequer estavam olhando para estas áreas, porque elas param e pensam que todo o processo foi prejudicado por uma mudança de regras em cima da hora".

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