O governador Roberto Requião defendeu ontem, durante a abertura do III Conferência Internacional da Datagro sobre Açúcar e Álcool, em São Paulo, que os produtores e o Governo Federal façam uma parceria para garantir a continuidade de fornecimento de álcool combustível. A intenção é que a produção do País volte a crescer e que a exportação para países da Europa e da Ásia cresça nos próximos anos.
Segundo Requião, o maior problema enfrentado hoje pelos produtores brasileiros de álcool combustível não é mais a tecnologia nem a capacidade de produção, mas a falta de continuidade de fornecimento do combustível. “Precisamos recuperar nosso crédito junto ao comércio internacional. Hoje estamos desacreditados porque, quando tivemos uma fantástica produção de álcool e a Volkswagen, por exemplo, lançava 90% dos seus veículos movidos a álcool, os usineiros deixaram de produzir o etanol e optaram pelo açúcar, que na época tinha cotação melhor no mercado internacional por causa da queda do preço do petróleo”, explicou.
O governador defendeu ainda que haja uma negociação do setor com o governo federal para a criação de um seguro para garantir a produção aos consumidores internacionais e também a instalação de usinas não-conversíveis para a produção exclusiva de álcool combustível. O objetivo das propostas é oferecer garantias para os países consumidores e, em especial, ao Japão, que pode rapidamente se tornar o maior comprador do álcool brasileiro. O governo japonês autorizou a mistura de até 3% de álcool na gasolina utilizada no país e a intenção do país é importar o combustível produzido pelo Brasil.
O governador Roberto Requião é o coordenador da Coalizão de Governadores Pró Etanol, que é composta por 19 Estados brasileiros produtores de cana-de-açúcar.