Renault cancela projeto de carro mundial no Paraná

Acabou o suspense sobre a possibilidade de fabricação de um carro mundial da Renault na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. A direção da Renault do Brasil comunicou ontem aos funcionários o cancelamento do pré-projeto do novo veículo, voltado à exportação, que foi objeto de estudo durante os últimos seis meses. A montadora alegou que a produção do automóvel não é suficientemente rentável no atual contexto do pólo automotivo do Brasil e do Mercosul. Outro fator que pesou na decisão foi a queda nas vendas para o mercado europeu neste ano.

Entretanto, apesar do novo carro não ser economicamente viável no País, a direção da Renault do Brasil informou aos empregados que continua estudando a viabilidade de produção de novos modelos nas linhas de montagem do Paraná. Hoje, a fábrica de automóveis de passeio produz os modelos Clio e Scénic. Na planta de veículos utilitários, em parceria com a Nissan, é feita a furgão Master. Também no complexo Ayrton Senna funciona a fábrica de motores da Renault, a Mecânica Mercosul.

Além do Brasil, o projeto do carro mundial era disputado internamente pelas unidades da Renault da Turquia e México. Entretanto, fontes ligadas à montadora informaram a O Estado que a maior parte da produção do carro para exportação ficaria na planta da montadora em Valladolid, na Espanha. A assessoria de imprensa da Renault do Brasil não tinha informações ontem sobre a decisão mundial do local de fabricação do novo veículo.

Em entrevistas, o presidente da Renault do Brasil, Pierre Poupel havia dito que apostava na vinda do carro mundial para o Paraná como solução para ampliar a utilização da capacidade produtiva do complexo industrial Ayrton Senna e ajudar a montadora a reverter os prejuízos financeiros no País. A capacidade instalada da Renault do Brasil é de 200 mil automóveis e 40 mil utilitários/ano, com operação em três turnos. A empresa chegou a trabalhar em dois turnos, mas em função do recuo no mercado doméstico no ano passado, passou a operar em turno único. Neste ano, a previsão é produzir cerca de 80 mil carros no complexo.

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