O relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) relativo ao segundo trimestre revela que o real foi a moeda preferida dos investidores globais no período. Segundo a instituição, considerada o banco central dos bancos centrais, as operações com derivativos de câmbio envolvendo a moeda brasileira cresceram 34% entre abril e junho. Enquanto isso, as operações gerais no mundo avançaram apenas 3%.
O trabalho do BIS também aponta que os negócios com contratos de taxas de juros brasileiras de curto prazo se expandiram 37% no período, ?espelhando, assim, o rápido crescimento nos contratos de moeda estrangeira?. Esses dois números confirmam que parte da valorização do real nos últimos meses se deveu a transações conhecidas no mercado financeiro como arbitragem.
Nessas operações, investidores tomam empréstimos em países onde o juro é baixo, como Japão e Suíça, e investem em nações onde é elevado, como o Brasil. Hoje, a taxa básica brasileira – 11,5% ao ano – é vice-campeã mundial em termos reais, ou seja, descontada a inflação. A maior é a da Turquia. O relatório também analisa as turbulências financeiras desencadeadas pela crise do setor imobiliário americano. Para o BIS, os mercados emergentes mostraram ?relativa capacidade de recuperação?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.