Reformas devem ditar ritmo ao “risco-país”

Brasília – O ajuste do risco-país ligado à dissipação das incertezas sobre a política econômica do governo está chegando ao fim e a partir de agora volta a atrelar-se aos fundamentos da economia doméstica, avaliam diretores de bancos e economistas.

Essa correção ligada a iniciativas do próprio governo pode ser dividida em três fases. A primeira e mais forte refere-se ao fim dos temores sobre um eventual default de dívida o que chegou a levar o risco do Brasil medido pelo índice EMBI a 2.443 pontos-base no final de setembro. Os compromissos fiscais do governo eleito e depois empossado provocaram de outubro a janeiro uma redução de mais de 1.000 pontos-base no nível de risco.

No começo de fevereiro, começou a segunda fase do ajuste com o anúncio da meta de superávit primário de 4,25% do PIB. Em fevereiro e março o risco Brasil caiu mais 269 pontos-base, mas ainda mostrava alguma resistência em romper a barreira dos 1.000 e posteriormente dos 900 pontos. Depois de uma pequena volatilidade, veio em abril o anúncio da reforma da Previdência, mais ousada do que o mercado esperava, e o risco consolidou de vez numa terceira fase um patamar abaixo dos 900 pontos-base.

“Terminou a correção do exagero do ano passado. Agora em larga medida voltamos aos fundamentos”, diz o economista-chefe do Unibanco, Alexandre Schwartsman, lembrando que o atual nível de risco não é muito diferente do registrado no período anterior à tensão eleitoral. “Daqui para a frente serão necessárias ações mais concretas do que iniciativas do governo para manter essa tendência de queda”, reforça o economista Fábio Akira, do JP Morgan.

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