Redução nos juros não alivia o bolso do povo

São Paulo – A surpreendente redução de 2,5 pontos porcentuais na taxa anual de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ontem, não aliviou muito o bolso do consumidor que tem dívidas no cheque especial ou no crédito pessoal.

Segundo cálculos da Associação Comercial dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), um cliente que tem dívida de R$ 1 mil, cuja taxa caiu de 8,70% para 8,52%, por exemplo, terá uma redução mensal de R$ 1,80. “Não dá para sentir o corte por que a taxa anual ainda é muito alta”, afirma o presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Mas, segundo ele, boa parte dos cortes anunciados pelos bancos foi maior do que o feito pelo Copom. A maior redução foi verificada nas taxas mensais do cheque especial da Caixa Econômica Federal, que diminuíram 0,95 ponto porcentual contra 0 17 ponto da Selic, no mês. No Santander Banespa, o corte de 0,65 ponto também é maior do que a da Selic.

A explicação, segundo Oliveira, é que a taxa básica do governo é apenas um dos itens que compõem os juros os consumidores. O porcentual cobrado do cliente ainda inclui o risco de inadimplência, os impostos elevados e o spread (o ganho dos bancos). Para Oliveira, seria interessante que os bancos diferenciassem o bom pagador do mau pagador, oferecendo taxas de juros de acordo com o cadastro do cliente.

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