Redução do consumo deve conter inflação, diz economista

A desaceleração do consumo como efeito da crise financeira internacional deverá impactar os preços dos produtos no mercado interno, o que acabará contendo o avanço inflacionário. Segundo o economista Carlos Eduardo Oliveira, do Conselho Regional de Economia (Corecon), que fez essa análise, a inflação, no fechamento do ano, deva convergir para a meta oficial, de 4,5%.

Analistas ouvidos pelo Banco Central em torno do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o boletim Focus estimam, entretanto, que a taxa fique em 6,3%.

Para Oliveira o avanço do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que passou de 0,38 em setembro para 0,50% em outubro, reflete “a correção de alguns setores que sofrem o impacto da alta do dólar”.

Esse foi o caso dos alimentos. A pesquisa da Fipe mostra elevação de 0,37% neste grupo contra o resultado de outubro, 0,02%. “Com a desaceleração do consumo, os preços tendem a se acomodar”, afirma o economista.

Segundo ele, com a demanda perdendo força, haverá menos pressão sobre a decisão dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) na fixação da Taxa Básica de Juros (Selic), atualmente, em 13,75%.