Redução da jornada criará 2,8 milhões de empregos

As centrais sindicais do País lançaram ontem, na Assembléia Legislativa de São Paulo, a Campanha Unificada pela Redução da Jornada de Trabalho. A redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, juntamente com a eliminação da hora extra e de mecanismos como o Banco de Horas, poderia gerar 2.847.043 novos empregos no País, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), realizado com base na Rais, Relação Anual de Informações Sociais.

Em 2003, segundo o Rais, 18.314.855 trabalhadores com carteira assinada no Brasil tinham jornadas entre 41 e 44 horas. De acordo com dados do Dieese, limitando a jornada em 40 horas semanais, 3,97 horas de cada um deles estariam disponíveis para outro trabalhador. Assim, para manter o mesmo nível de produção seria necessário empregar mais 1.817.749 trabalhadores.

No que se refere às horas extras, somente nas seis regiões metropolitanas onde o Dieese e a Fundação Seade/SP realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego, são feitas 11.384.531 horas extras por mês, o que poderia gerar mais 258.736 postos de trabalho com carga de 44 horas.

A Campanha Unificada pela Redução da Jornada de Trabalho, entretanto, é mais ampla e envolve o corte de 4 horas na jornada legal atual, ou seja, uma redução de 9,09%.

A proposta de redução da jornada de trabalho enfrenta a oposição dos empresários que alegam a incapacidade de as empresas arcarem com o aumento de custos bem como apontam que, com jornada menor, haveria diminuição da competitividade da indústria nacional.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1999, a participação dos salários no custo das indústrias era de 22%, o que significa que a redução na jornada proposta em 9,09% representaria um aumento no custo total de 1,99%. Considerando que a redução da jornada possibilita também que os trabalhadores sejam mais produtivos, o Dieese alerta que aumento dos custos pode, em pouco tempo, ser absorvido.

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