Recuperação das bolsas não significa fim da crise, afirma economista

A recuperação das Bolsas de Valores não significa o fim da crise. Segundo o professor de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, foi positiva a operação dos últimos dias, mas o mercado ainda é uma “gangorra”. Para ele, em 2009, “haverá redução de produção e emprego”.

Almeida disse em entrevista ao programa da Revista Brasil, da EBC, que os efeitos da crise serão sentidos no início do próximo ano. As economias maiores como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra, Japão, possivelmente, entrarão em recessão, terão redução de renda, produção e emprego. Os países emergentes devem se proteger para não sofrer tantas conseqüências.

“Para o Brasil minimizar os efeitos é necessário preservar o que conquistou, um bom sistema de crédito, uma boa renda da população, para, em 2010, quando a situação externa melhorar, o país esteja pronto para acompanhar o processo e prosperar.” afirma Almeida.

No entanto, as medidas tomadas pelo governo brasileiro estão muito focadas na problemática do sistema financeiro. “Os bancos possuem recursos, mas estão segurando. O governo não se preocupa com a falta de crédito”. Segundo o economista, o governo poderia melhorar o mercado das micro e pequenas empresas, no que diz respeito à arrecadação de tributos e redução de juros.