Receita do varejo tem alta real de 4,3% em novembro, mostra índice da Cielo

A receita das vendas do comércio varejista encerrou novembro com alta de 4,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e 10,5% em termos nominais. É o que mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta segunda-feira, 15.

De acordo com o gerente da área de inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, o desempenho nas vendas em novembro foi bastante influenciado pela Black Friday, que registrou 24% de crescimento nas vendas em relação a 2013, considerando lojas físicas e virtuais. “Só no e-commerce, a alta nas vendas foi de 70%”, afirmou, destacando que a expansão é importante pois em 2013 o mês já tinha tido um bom desempenho. “A base de comparação era bem alta.”

Além da Black Friday, Mariotto disse que o efeito calendário foi positivo, já que os feriados caíram no final de semana. Segundo ele, se o efeito calendário fosse retirado, a receita deflacionada em novembro teria alta a 2,6%, contra 2,1% em outubro.

Por regiões, o ICVA aponta que o Norte teve o melhor desempenho, com alta de 7,7% na receita deflacionada em novembro ante o mesmo mês de 2013, seguido pela região Sul, com crescimento de 4,5%. As regiões Nordeste e Centro-Oeste tiveram expansão de 3,9% e no Sudeste as vendas subiram 3,6% no período.

Para a economista da Tendências Consultoria Integrada Mariana Oliveira, o desempenho do varejo em novembro, apesar da ligeira melhora, ainda se mantém em um patamar relativamente fraco na comparação com os últimos anos. “Já vemos iniciado um novo ciclo de aperto monetário que tende a ser um fator limitante para o crescimento das vendas”, afirmou.

Segundo Mariana, fatores como a confiança do consumidor em queda, maior restrição no crédito e inflação e juros em alta devem concretizar um cenário de crescimento baixo. “O ritmo do varejo deve continuar limitado nos próximos meses”, afirmou. A economista diz que os mesmos fatores devem, inclusive, influenciar as vendas de dezembro e do Natal.

Eduardo Yamashita, diretor do Núcleo de Estudos e Projeções Econômicas da Gouvêa de Souza, também concorda que o Natal de 2014 deve ser mais fraco para o varejo, mas destaca que a recente “temporada” de abertura de lojas pode ajudar a dinamizar as vendas. “Houve uma temporada de abertura de lojas pré-natal bastante relevante, isso deve contribuir para o crescimento não orgânico das vendas”, diz.

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