Receita com viagens corporativas sobe 12,8% em 2012

As receitas com viagens corporativas no Brasil atingiram R$ 32,31 bilhões em 2012, alta de 12,8% em relação aos R$ 28,62 bilhões registrados em 2011, de acordo com o IEVC (Indicadores Econômicos de Viagens Corporativas), divulgado nesta segunda-feira durante a oitava edição do Lacte (Latin American Corporate Travel Experience), em São Paulo. O IEVC analisa os gastos envolvidos neste tipo de viagem com transporte aéreo, hospedagem, locação de automóveis, alimentação, agenciamento e tecnologia.

“Os números confirmam o aumento da participação do segmento corporativo no mercado global de viagens, sendo hoje responsável pela maior parcela das receitas”, disse a presidente da Associação Latino-Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), Viviânne Martins. “É inquestionável o impacto das viagens corporativas na economia do Brasil e na criação de empregos e renda”, acrescentou.

No ranking das receitas do segmento, de acordo com o levantamento, o transporte aéreo liderou com 45,59%, seguido por hospedagem (34,98%), locação de carros (7,17%), alimentação (5,19%), agenciamento (4,82%) e tecnologia (2,25%).

Segundo a pesquisa, o setor de viagens corporativas proporcionou um total de 699.839 empregos (332.987 diretos e 366.852 indiretos) em 2012, alta de 3,4% (criação de 23.133 vagas) ante os 676.706 postos registrados em 2011. “O principal impacto social decorrente da atividade corporativa é a criação de empregos e seu efeito multiplicador nos demais segmentos da cadeia produtiva”, avaliou o professor Hildemar Brasil, do Instituto de Hospitalidade, Lazer e Turismo (Iehlatur).

A expectativa para 2013 é de que as receitas corporativas cheguem a R$ 35,77 bilhões no Brasil, alta de 10,7% ante 2012. A projeção foi calculada sobre um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%, inflação de 5,47% e crescimento da demanda do setor corporativo de 4,98%.

A pesquisa do IEVC foi coordenada pela Alagev, correalizada pelo Senac-SP e contou com o apoio da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp).

Copa do Mundo

Viviânne disse que a realização da Copa do Mundo de 2014 preocupa o setor corporativo pois, segundo ela, existem gargalos de infraestrutura no País. No entanto, a presidente da Alagev afirmou que o setor está se preparando para o evento e planejando os melhores horários de deslocamento. Viviânne disse que da Copa também pode “sobrar coisa boa”. “Quem sabe a gente pode ter uma infraestrutura um pouco melhor”, afirmou.

O presidente da Abracorp, Edmar Bull, foi mais enfático sobre essa questão. “O problema é de ontem, não é para amanhã”, disse ele, referindo-se aos problemas brasileiros de infraestrutura. Bull criticou o governo: “Quando se tem vontade, se faz”, cobrou.