O dólar encerrou o dia, ontem, em queda de 0,78%, cotado a R$ 3,775 para venda e R$ 3,765 para compra, após dois dias de alta. A venda de US$ 200 milhões pelo Banco Central em linhas externas e a notícia de que o nome do novo presidente do BC será anunciado hoje animaram o mercado.
O risco-Brasil também operou em queda de 1,27%, em 1.627 pontos.
As apostas do mercado para o novo presidente do BC estão concentradas no nome do economista Pedro Bodin, sócio-diretor da Icatu DTVM. Outro nome que está “bem cotado” para suceder Fraga é de Jair Ribeiro, que deixou o JP Morgan em outubro.
O economista chegou inclusive a se reunir ontem em Nova York com Palocci. Mais remotamente, vem o nome de José Júlio Senna, da MCM Consultores.
“Se for mesmo o Bodin vai ser bom, e o dólar já deve começar a ceder mais”, afirmou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.
Volatilidade
Segundo operadores, as compras, tanto por empresas endividadas como por bancos que procuram “hedge” (proteção cambial), se concentraram na parte da manhã.
Durante a manhã, o dólar chegou a subir por causa da pressão de investidores que tentam aumentar seu lucro com a liquidação pelo BC, hoje, de uma dívida de US$ 1,8 bilhão amanhã, dos quais o BC renovou 66%.
A Ptax (mediana da cotação do dólar calculada pelo BC) de ontem será usada para calcular o valor de liquidação, em reais, hoje.
A cotação só passou a cair depois que o BC vendeu 200 milhões em dois leilões de linha externa – modalidade de intervenção na qual os dólares são recomprados após um prazo pre-determinado – que ajudaram a aliviar a pressão sobre a cotação e aceleraram a queda no meio da manhã.
A operação teve dupla função: renovar linhas antigas no total de US$ 150 milhões que vencem no dia 18 e abastecer os bancos com ??hedge?? para a virada do ano. As linhas serão devolvidas aos cofres do BC em 8 de janeiro.
Além disso, a autoridade monetária confirmou que também interveio diretamente no mercado, vendendo dólares à vista, como fez anteontem.