Programa visa combater contrabando na fronteira

Uma das alternativas de combate ao contrabando na área de fronteira com o Paraguai será pôr em execução um amplo programa de desenvolvimento econômico sustentável na região. A intenção é substituir a prática de contrabando, que não beneficia nenhum dos dois países, por uma economia forte que gere empregos formais. A proposta foi apresentada ontem ao governador em exercício Orlando Pessuti, pelo ministro Antonio Cruz de Mello, cônsul geral do Brasil em Ciudad del Este, no Paraguai.

As alternativas, que vêm sendo estudadas pelos governos brasileiro e paraguaio desde setembro de 2005, serão discutidas a partir de hoje, às 10h, na Secretaria da Agricultura do Paraná. Para o ministro, a participação do Paraná, com sua experiência de desenvolvimento econômico, será essencial nos planos dos governos dos dois países para fortalecer a região de fronteira e, conseqüentemente, o relacionamento com o Paraguai.

Contrabando

Segundo o ministro Antonio Mello, a agenda de discussão no relacionamento Brasil e Paraguai sempre tratou dos problemas gerados pelo crescimento do contrabando e do tráfico de armas e drogas. O contrabando é praticado por representantes de terceiros países e gera uma economia perversa que não beneficia os dois países. ?Além disso, escraviza trabalhadores paraguaios e brasileiros, porque quem trabalha a serviço do contrabando e do narcotráfico são escravos?, disse o ministro.

Para o ministro será fundamental substituir essa agenda por uma positiva, de trabalho formal e desenvolvimento econômico sustentado para oferecer alternativas para a região. Essa proposta será aprofundada para criar alternativas de emprego formal e amenizar o desemprego provocado com o rigor da Receita Federal, que está reprimindo com mais intensidade o contrabando na região.

A preocupação dos prefeitos é com o crescimento do desemprego. ?A expectativa é que mais de 2 mil famílias de desempregados circulem pelos municípios lindeiros?, afirmou o prefeito de Guaíra, Fabian Vendrúsculo. O programa pretende integrar a economia das regiões de Hernandárias, Alto Paraná e dos municípios lindeiros de Itaipu.

Experiência

O Paraná vai contribuir com essa parceria com seus programas na área de agricultura, saúde, infra-estrutura e indústria e comércio. ?Na área agrícola, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento pretende levar suas experiências de desenvolvimento sustentável para a região, com a participação da Emater e Iapar?, destacou Pohl Ribas.

Outra parceria importante apontada pelo secretário da Agricultura será a execução de um programa de defesa sanitária animal e vegetal, de forma integrada entre Brasil e Paraguai, em que o Paraná terá participação fundamental. ?Será criada uma área de amortecimento de 25 quilômetros de cada lado, onde será executado o georeferenciamento das propriedades, com a rastreabilidade dos animais. As ações de educação sanitária e vacinação contra a febre aftosa serão implementadas em toda a região?, detalhou o secretário. (AEN)

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