Produção industrial teve alta de 4,5%

Foto: Arquivo

Produção da indústria quase estabilizou em janeiro.

Rio – A produção da indústria brasileira apresentou, em janeiro deste ano, um avanço de 4,5% com relação ao mesmo período do ano passado, mas teve uma redução de 0,3% em relação a dezembro de 2006. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 Na análise comparativa com o mês de dezembro do ano passado, janeiro de 2007 apresentou queda em 11 dos 23 ramos industriais (que tem ajustes sazonais), com destaque para o refino de petróleo e produção de álcool. O setor decresceu 4,7% devido a paradas técnicas de algumas unidades de produção.

Já em comparação com janeiro de 2006, 18 das 27 atividades industriais apresentaram desempenho positivo, com destaque para a indústria de bens de capital, que cresceu 18% no período, graças principalmente ao setor de máquinas e equipamentos.

Outros setores industriais que apresentaram crescimento entre janeiro de 2006 e janeiro deste ano foram o de veículos automotores, máquinas para escritório e equipamento de informática e alimentos.

A pesquisa industrial mensal do IBGE avalia os setores de bens de capital (equipamentos usados no processo produtivo), bens intermediários (materias-primas utilizadas na fabricação de outros bens, como o aço) e bens de consumo (bens prontos para o consumidor final), que podem ser duráveis ou não-duráveis.

Bens de capital

A liderança de bens de capital na produção da indústria de janeiro foi destacada pelo coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, como o dado ?mais expressivo? do setor industrial no início de 2007. ?Os indicadores de janeiro sugerem continuidade do desempenho destacado de bens de capital?, disse. Segundo ele, a expansão da produção desse segmento sugere ?um aumento da capacidade produtiva da economia como um todo?. Além disso, segundo o coordenador, mostra que ?a percepção das empresas é que o cenário é favorável?.

Na comparação com dezembro, a produção de bens de capital cresceu 1,7% em janeiro. O detalhamento do desempenho dessa categoria, nessa base de comparação, mostra que o maior avanço ocorreu em bens de capital para energia elétrica (transformadores e geradores, com alta de 28,0%). Mas houve crescimento também na produção de bens de capital tipicamente industriais (4,7%), voltados para expansão da capacidade do setor industrial.

Desempenhos positivos também foram apurados, em relação a dezembro, na produção de bens de capital agrícolas (5,7%); para construção (1,7%) e de uso misto (como computadores e monitores, de 3,0%). A única queda nessa base de comparação, nessa categoria, ocorreu em equipamentos de transporte (caminhões, ônibus, navios, com -4,9%).

Anual

Em relação a igual mês de 2006, a produção de bens de capital avançou 18% em janeiro deste ano. Nessa base, os destaques foram bens de capital para indústria (26,8%); seguido de bens de capital para uso misto (18,9%), energia (16,6%), para transporte (12,7%), para construção (11,8%) e para agricultura (9,4%).

A única baixa em duráveis na comparação com dezembro ocorreu em eletrodomésticos de ?linha marrom?, com redução de 9,1%, puxado por televisores em cores.

Paralisação de plataformas derrubou o índice

Rio (AE) – As paralisações técnicas ocorridas em plataformas de petróleo em janeiro levaram a uma queda de 4,7% na produção do segmento de refino de petróleo e álcool no mês em relação a dezembro, puxando para baixo o resultado da indústria no início deste ano. ?A produção (da indústria em geral) não caiu ante dezembro por causa das paralisações (nas plataformas), mas foi um efeito importante. O resultado seria melhor do que a variação de -0,3% se não houvesse esse efeito, mas não sei se a queda seria anulada?, afirmou o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales.

O recuo na produção desse segmento foi o principal impacto negativo para o desempenho industrial em janeiro em relação ao mês anterior, com efeito nos dados, nessa base de comparação, das categorias de bens intermediários (-0,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (também -0,3%).

Sales explicou que uma série de segmentos vinculados à produção de petróleo mostraram baixa na produção da indústria em janeiro ante dezembro. No caso dos bens intermediários, os recuos ocorreram em combustíveis e lubrificantes elaborados (-2,5%) e em combustíveis e lubrificantes básicos (-2,5%). No que diz respeito aos semi duráveis, a queda ocorreu em carburantes (-6 8%), grupo que inclui álcool e gasolina, mas cuja baixa foi verificada na gasolina.

A produção de refino de petróleo e produção de álcool apresentou redução também em relação a janeiro de 2006 (-5,6%), sendo o segundo principal impacto negativo nessa base de comparação. O recuo foi puxado por gasolina e diesel.

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