Produção industrial cai pelo oitavo mês

Na contramão do bom desempenho nacional, a produção industrial do Paraná vem caindo e fechou fevereiro com recuo de 7,4% na comparação com igual mês do ano passado. Foi a oitava queda consecutiva e o pior resultado entre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de fevereiro, a produção industrial paranaense acumula queda de 6,8% no ano e queda de 0,6% nos últimos 12 meses. Em nível nacional, a produção industrial cresceu em 11 das 14 regiões pesquisadas e registrou aumento médio de 5,4%.

No Paraná, oito dos 14 setores pesquisados registraram queda na produção em março. O principal impacto negativo veio do setor de máquinas e equipamentos, que registrou queda de 29,5%, principalmente por conta da produção de máquinas para fabricar pastas de celulose. Houve ainda recuo na produção de veículos automotores (-16,2%), puxado por caminhões, e no setor de edição e impressão (-36%), por conta de livros e brochuras. Por outro lado, refino de petróleo e álcool (23,4%) sobressaiu como a principal pressão positiva, especialmente por conta da produção de gasolina.

?Na contramão do que tem se observado em outras regiões – a aceleração do ritmo produtivo -, no Paraná a produção industrial vem caindo?, apontou a economista Fernanda Vilhena, da Coordenação da Indústria do IBGE. A desaceleração da produção paranaense, afirmou, pode ser melhor observada quando analisados os resultados dos últimos 12 meses. ?Em janeiro, o acumulado nos 12 meses era de 0,1%. Em fevereiro, caiu para -0,6%. Houve de fato uma desaceleração do ritmo produtivo?, afirmou a economista. Esse indicador, conforme o IBGE, não era negativo desde abril de 2003.

No primeiro bimestre, a queda de 6,8% observada no Paraná revela o pior resultado de todas as localidades pesquisadas. O maior impacto negativo veio do setor de veículos automotores (-24,6%), puxado pela produção de caminhões e bombas injetoras para veículos. Em seguida, aparece edição e impressão (-26,9%) e máquinas e equipamentos (-18,4%). Para a economista do IBGE, o mau desempenho da indústria paranaense pode ser explicado pela base de comparação alta registrada no ano passado.

País

Em nível nacional, a produção industrial apresentou um quadro de resultados positivos em 11 das 14 áreas pesquisadas, na comparação com igual mês de 2005. Acima da taxa registrada em nível nacional (5,4%) ficaram: Amazonas (18,0%), Rio de Janeiro (9,9%), Pará (9,1%), Ceará (8,8%), Bahia (7,5%) e Minas Gerais (7,1%). Com crescimento abaixo da média nacional, São Paulo (5,1%), região Nordeste (3,6%), Goiás (3,0%), Pernambuco (1,2%) e Espírito Santo (1,1%). Três locais apresentaram recuo na produção: além do Paraná (-7,4%), também Santa Catarina (-0,2%) e Rio Grande do Sul (-1,3%).

No indicador acumulado para o primeiro bimestre, 12 das 14 regiões pesquisadas registraram taxas positivas, exceto Rio Grande do Sul (-1,9%) e Paraná (-6,8%). As indústrias do Amazonas, com 11,9%, e as do Pará (10,0%) mostraram ritmo de crescimento a dois dígitos, apoiadas, sobretudo, nos desempenhos favoráveis de material eletrônico e de comunicações (televisores) e da indústria extrativa (minérios de ferro). Ceará (9,3%), Rio de Janeiro (7,8%), Bahia (7,0%) e Minas Gerais (6,1%) completaram o conjunto de locais com taxas superiores à média da indústria (4,2%). 

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