Brasília – O ministério da Previdência antecipará em cinco dias úteis, a partir de dezembro, o pagamento de metade dos beneficiários que ganham até um salário mínimo. Serão beneficiados oito milhões e meio de aposentados e pensionistas com números finais do cartão de pagamento de 1 a 5, excluído o dígito.
Para os que ganham acima do mínimo não haverá mudanças. Eles continuarão a receber nos cinco primeiros dias úteis de cada mês. Dessa forma, os pagamentos serão feitos durante dez dias úteis o que irá significar menos concentração de pessoas e menos filas nos bancos.
A ampliação dos dias de pagamento foi parte do acordo que o Ministério da Previdência fez com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que prevê também um ano de isenção de tarifas pelo pagamento da folha de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo o ministro da Previdência, Luiz Marinho, que anunciou as mudanças, a isenção significará uma economia de R$ 250 milhões. ?O acordo vai de setembro último, quando deixamos de pagar, até final de agosto do próximo ano?, disse o ministro.
A negociação com os bancos prevê também a formação de um grupo de trabalho, composto por representantes dos ministérios da Previdência, da Fazenda, do INSS, da Dataprev e dos 23 bancos. Até 25 de março, o grupo deverá elaborar propostas para um novo modelo de pagamento da folha de benefícios. Esse prazo poderá ser prorrogado por 60 dias.
Luiz Marinho acrescentou que caso não seja alcançado um consenso será feito um leilão. ?Os bancos tentaram de toda maneira que nós fizéssemos confissão de dívida de setembro, outubro, novembro e dezembro e nós não cedemos. Esse caminho é sem volta, a não ser que estudos cheguem à conclusão que, de fato, o serviço dá prejuízo aos bancos, possibilidade em que a gente não acredita?, afirmou.
Para o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, o pagamento da folha de beneficiários requer uma estrutura bastante pulverizada para atender em cidades distantes e muitas vezes com pequenos valores. ?Será importante colocar tudo isso no grupo de trabalho que tentará chegar a um modelo que mantenha a qualidade dos serviços e manter o equilíbrio das instituições financeiras?, destacou.