Preços do gás caem muito aquém do esperado

O consumidor deveria ter começado ontem a sentir os efeitos da intervenção no preço do botijão de gás, mas, nos bastidores, revenda e distribuição ainda travam uma guerra que pode encurtar o período de preços baixos. Ou então causar uma reação mais rigorosa da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Até a semana passada, o preço do botijão havia caído pouco mais de 2% no País, segundo pesquisa da ANP. Ontem, primeiro dia da nova tabela da Petrobras, a queda se acentuou, mas não tanto quanto o esperado.

Os revendedores não estão satisfeitos e reclamam que receberam ontem produtos com o mesmo preço cobrado na semana passada. Na semana passada, a proprietária da KS Distribuidora, Salete Radonski, baixou o preço do botijão de 13 quilos para R$ 21,00 para pegar no local e R$ 22,00 para entrega em domicílio. Ontem, ela já estava comercializando o gás a R$ 20,00 no local e R$ 21,00 para entrega. “Acho que o preço deve cair ainda mais, mas vou esperar a próxima compra”, declarou.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás) alega que os novos preços só serão repassados quando os estoques forem trocados. “Tem muita gente com estoque velho e espera a renovação do estoque para repassar os preços. A tendência é de queda nos próximos dias”, justificou o diretor de Relações Externas da entidade, José Agostinho Simões.

Chagas, porém, ameaça ir à Agência Nacional do Petróleo (ANP) caso as tabelas não sejam revistas. “Nós nos antecipamos e reduzimos os preços, não é justo”, afirmou. “Estamos fazendo um acompanhamento de perto e, se não houver redução nas tabelas, teremos de tomar medidas”, antecipou-se o diretor da ANP Luiz Augusto Horta.

Segundo ele, antes de propor o tabelamento, a agência pode tomar algumas medidas como entregar à opinião pública o nome das empresas que estiverem praticando altas margens. A ANP passará a divulgar um acompanhamento de preços feito a cada dois dias, com o objetivo de observar melhor o acompanhamento do mercado. “Houve um acordo entre os agentes do mercado de que o preço vai cair e acredito nesse compromisso”, afirmou Horta, que não quis definir um prazo de duração para a intervenção da agência nos preços do combustível. “Vai durar até as coisas se acalmarem.”

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