Preços administrados sobem mais uma vez

A alta da gasolina pressionou os preços administrados por contrato e monitorados de Curitiba no mês de março. O resultado foi uma variação de 0,80%, contra alta de 0,45% registrada em fevereiro. No ano, a cesta de tarifas públicas acumula aumento de 0,95% e, nos últimos 12 meses, alta de 3,27%. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina em Curitiba passou de R$ 2,435 em fevereiro para R$ 2,515 em março – alta de 3,29%. De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, o aumento ocorreu por conta da redução do álcool na composição da gasolina (de 25% para 20%) e da majoração do preço do derivado da cana-de-açúcar. Dados da ANP, confirmam o aumento nas distribuidoras foi ainda maior (4,28%), com o preço médio do litro passando de R$ 2,173 para 2,266. Por outro lado, houve redução da margem de lucro dos revendedores, de R$ 0,262 para R$ 0,249 por litro – queda de 4,96%.

E o preço da gasolina não pára de cair em Curitiba. Na última semana de março, o litro custava em média R$ 2,41, enquanto na semana passada passou para R$ 2,342. Ontem, véspera de feriado, era possível encontrar o litro da gasolina comum sendo vendido por R$ 2,23. Carros formavam filas nas bombas de combustíveis.

Para Sandro Silva, os preços atuais, porém, não devem se sustentar. ?Nas próximas semanas deve haver uma reversão de tendência, com o aumento da margem de lucro dos revendedores?, afirmou. ?O que pode minimizar um pouco esta alta é o preço na distribuidora, que pode cair com a antecipação e intensificação da safra de cana-de-açúcar?, ponderou.

Álcool

Com relação ao álcool combustível, que não faz parte da cesta de tarifas públicas, mas cujo preço é acompanhado pelo Dieese, o aumento foi de 12,35% em março, na comparação com fevereiro, com o preço médio do litro saltando de R$ 1,782 para R$ 2,002. Entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, Curitiba foi a que apresentou a quarta maior variação no preço do álcool. A maior foi verificada em Goiânia, onde o aumento foi de 19,98%.

Assim como no caso da gasolina, o preço do álcool combustível também vem caindo em Curitiba. Na semana passada, o preço médio levantado pela ANP era de R$ 1,915. Ontem o litro do combustível era encontrado por até R$ 1,799 em alguns postos da capital.

Outros itens que pesaram no bolso do curitibano foram transporte coletivo (alta de 0,51%, por conta da tarifa domingueira de R$ 1,00) e o gás de cozinha, que aumentou 0,30%. Em março o custo dos serviços públicos com preços administrados por contrato e monitorados para uma família curitibana foi de R$ 489,79.

Em abril

Para abril, a expectativa do Dieese-PR e do Senge-PR é que a cesta de tarifas públicas tenha uma queda de 1,75%. A estimativa é baseada na primeira semana de abril. Entre os itens que devem pressionar a inflação para baixo estão a gasolina – que acumula queda de 6,88% no mês -, o transporte coletivo (-1,15%), por conta do maior número de feriados, e o gás de cozinha (-1,12%). 

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