O preço do Etanol, o álcool combustível, teve nova alta e chegou a R$ 2,09 em alguns postos de Curitiba. Segundo a pesquisa de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o valor médio cobrado pelo produto na capital do Estado na última semana foi de R$ 1,94, mas o preço deve subir à medida que os postos repassarem o aumento vindo dos fornecedores.
O Auto Posto Zancan, no Pilarzinho, é um exemplo da situação. Apesar de ainda manter o valor do litro em R$ 1,99 neste sábado, o combustível deve passar a ser vendido por R$ 2,09 nos próximos dias, segundo o gerente do estabelecimento, Mário do Alto Bezerra.
De acordo com o gerente, o álcool recebido hoje já chegou mais caro e o preço será repassado ao consumidor em breve. “A gente trabalha no vermelho se não repassar o valor”, explicou. Ele diz que o preço tem assustado os consumidores. “Antes a gente vendia três mil litros de álcool e três mil de gasolina. Hoje não chega a vender 500 de álcool”.
Em outros postos próximos, o valor já subiu. O gerente de um deles, no bairro Mercês, também diz que por conta dos altos preços, o álcool não tem saído das bombas. “Não vale a pena para o consumidor. Nesse preço, a gasolina é mais competitiva.” Segundo ele, leva o etanol apenas quem não tem outra opção. “Em carros flex, o consumidor opta pela gasolina pelo rendimento maior. A gente quase nem vende mais álcool”, diz.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, explicou que os altos preços do produto foram ocasionados pela falta de investimentos no plantio, redução da área de cana plantada e baixa produtividade das lavouras. Neste ano, o Brasil teria produzido apenas a metade do que seria necessário para atender o mercado consumidor.
“Na verdade o país produziu neste ano muito menos etanol do que era necessário e o álcool que existe está sendo supervalorizado. Apesar de estarmos na safra há escassez do produto, o que faz com que o preço acabe disparando.”
Segundo o presidente do Sindicombustíveis, os postos estão recebendo o produto com custo entre R$ 1,92 e R$ 1,96. Com o valor praticado, caiu cerca de 50% a venda do produto. “O preço alto acaba provocando um desestímulo para o uso do etanol, com os consumidores migrando para a gasolina”, disse.
Fregonese afirma ainda que a situação não é momentânea e que o preço deve continuar alto pelos próximos dois anos. “Álcool barato, se tudo correr bem, talvez em 2014. Isso se houver os investimentos necessários e o tempo ajudar”, definiu.