Gasolina a R$ 1,85 o litro. E álcool, a R$ 0,93. Segundo o sindicato dos postos de combustível, os preços que estão sendo praticados pelo setor ?são irreais?. Segundo a entidade, ?o que parece um milagre – há poucos dias todos estavam reclamando de preços que consideravam abusivos – é, na verdade, resultado de uma briga de distribuidoras?.
Segundo o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, algumas companhias estão vendendo gasolina C e álcool hidratado, por exemplo, a até 17 centavos abaixo do custo. ?Temos notas que compravam que a gasolina C custa no mínimo, na refinaria, aproximadamente R$1,86, portanto é impossível que um revendedor possa praticar os preços atuais sem estar sendo subsidiado pelas distribuidoras?, acusa Fregonese.
De acordo com o presidente, esses preços irreais prejudicam não só os revendedores que trabalham com companhias que não entraram na guerra de preços, mas também os consumidores que são lesados com produtos fora de especificação. ?Situações como essa enfraquecem o mercado e podem levar empresários à falência?, lamenta.
Alerta
O Sindicombustíveis-PR faz um alerta aos consumidores para que eles não se surpreendam quando os preços voltarem ao normal. ?Quando acabar a guerra de preços entre distribuidoras, o revendedor acabará levando a culpa sobre o aumento dos preços, que na verdade não é um aumento e sim um realinhamento dos valores?, explica.
O sindicato dos revendedores também chama a atenção dos consumidores para que eles prestem ainda mais atenção na hora de abastecer . ?Em momentos como esse fica aberto o caminho para aumento da fraude e da adulteração, por isso todo cuidado é pouco para que não se compre ?gato por lebre??, afirma. Diz ele que o sindicato já alertou às autoridades sobre possíveis ilícitos que possam estar sendo praticados.
No vermelho
Para o dono do Posto Capanema, Marcos Venício Scripes, os preços atuais dos combustíveis não devem se sustentar por muitos dias. ?Não tem como ficar nessa faixa. Esta situação está levando à quebradeira, os postos estão se descapitalizando para manter esses preços?, afirmou Scripes. Segundo o empresário, a redução partiu de uma única distribuidora. As outras tiveram que acompanhar, por conta da concorrência. ?Num primeiro momento, o consumidor pode até ganhar. Mas com o posto operando no vermelho, vai aumentar o desemprego, a sociedade vai perder.? Segundo Scripes, o Posto Capanema estava vendendo o litro da gasolina comum, ontem, a R$ 1,897, e o álcool, a R$ 0,99. ?A margem de lucro está sendo de R$ 0,02, R$ 0,05 (por litro), enquanto o necessário seria R$ 0,30 a R$ 0,35?, disse.
Lei
A Assembléia Legislativa aprovou – e o governador Roberto Requião sancionou há menos de quinze dias – uma lei que vai retirar o alvará de funcionamento do posto que for apanhado com combustível adulterado.