Poupança bate fundos DI e CDBs de pequeno investidor

Além de mostrar folgada liderança do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), o ranking dos investimentos brasileiros do primeiro semestre de 2009 deixa claro os efeitos da queda da taxa básica de juros (Selic) para o menor nível da história. No período, os fundos DI e os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) voltados ao pequeno investidor perderam para a caderneta de poupança.

Os fundos cuja taxa de administração supera 3% ao ano renderam 3,32% entre janeiro e junho, enquanto os CDBs para aplicações entre R$ 5 mil e R$ 100 mil ganharam 3,30% no período. A poupança subiu 3,58%. “A rentabilidade líquida dos fundos DI está muito ruim e pode até ficar negativa em alguns casos”, afirmou o professor e educador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil. “A aplicação em CDB só é indicada, hoje, para os grandes investidores”, completa o administrador de investimentos Fabio Colombo.

A maior parte da carteira dos fundos DI é composta por títulos públicos pós-fixados, que acompanham a evolução da Selic. A taxa, que iniciou 2009 em 13,75%, está agora em 9,25% ao ano. Os CDBs também têm remuneração atrelada ao juro básico. Esse efeito se evidencia quando se compara a situação atual com a de março de 1999, quando a Selic atingiu o maior nível da história (45%). Naquele mês, os fundos DI renderam, em média, 2,53%.

O aumento da competitividade da poupança levou o governo a anunciar, em 13 de maio, novas regras para a caderneta, que incluem, entre outros pontos, a taxação de aplicações superiores a R$ 50 mil a partir de 2010. O governo federal tem interesse na questão porque depende dos fundos para rolar parte relevante de sua dívida. Até agora, porém, a legislação não foi enviada ao Congresso Nacional.

Ranking

Levando-se em conta somente o mês de junho, a liderança do ranking de investimentos ficou com os fundos de renda fixa, que renderam, em média, 0,64%. Em seguida, ficaram os fundos DI que cobram taxa de administração inferior a 3% – esses tiveram rentabilidade de 0,63%. O ouro, que perdeu 7,14% no mês, ficou na lanterna do levantamento. O segundo pior foi o Ibovespa, que se desvalorizou 3,25%, puxado pela saída de investidores estrangeiros no mês. Como na medição semestral, a caderneta de poupança terminou junho à frente dos fundos DI e dos CDBs voltados ao pequeno aplicador.