A potência instalada para a geração de energia elétrica no País atingirá 220 GW em 2030, com aumento de 144% em relação ao potencial atual, de 90 GW, conforme projeções do Plano Nacional de Energia 2030 divulgado nesta terça-feira (26) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O setor hidrelétrico continuará sendo o principal responsável pelo suprimento do mercado interno, mas a participação das térmicas tende a crescer. As hidrelétricas respondem atualmente por cerca de 91% da produção anual de energia elétrica e essa participação cairá para 78%.
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, considera que o País continuará ampliando a construção de hidrelétricas ao ritmo de 3.500 MW anuais de potência. Com isso, o País encerrará 2030 com potência hídrica de cerca de 156,3 GW, sem considerar cerca de 7.000 MW de Itaipu pertencentes ao governo paraguaio.
Nas projeções divulgadas pela EPE, o Brasil dispõe de um potencial hidrelétrico de cerca de 260 GW, dos quais 68,6 GW já foram construídos, o que representa cerca de 26,3% do total. Pelo menos 73,7 GW, porém, foram desconsiderados pela estatal por estarem em terras indígenas ou em áreas de conservação ambiental. A EPE prevê também que há um potencial de cerca de 17 5 GW de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e prevê uma potência de cerca de 9,5 GW apenas para os horários de ponta (entre as 18h e as 21 horas), quando o consumo é maior.
A maior expansão relativa na matriz energética nos próximos 25 anos, na avaliação da EPE, será a cogeração a partir da biomassa de cana. A previsão é que o setor vai estar produzindo o equivalente a 33,5 Terawatt/h de energia elétrica em 2030 o que representa cerca de 3,3% do total. Atualmente essa produção é praticamente zero, conforme os dados da EPE. As usinas eólicas estarão produzindo 10,3 TW/h, ante os irrisórios 0,1 TW/h registrados em 2005.
O grande aumento porcentual será na geração a partir do gás natural, cuja produção sairá dos atuais 13,9 TW/h para 92,1 TW/h em 2030, com acréscimo de 562%. Já as centrais nucleares estarão produzindo cerca de 51,6 TW/h, com aumento de 420% em relação aos 9,9 TW/h contabilizados em 2005.