Possível foco de aftosa no Paraguai preocupa o Mato Grosso

Campo Grande (AE) – O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai não coletou materiais para análises dos 16 bois sacrificados a semana passada na Fazenda Dos Marías, situada entre os municípios São Pedro e Canindeyúe, a menos de 30 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul, no extremo sul do Estado.?É um comportamento muito perigoso?, afirmou o superintendente regional do Ministério da Agricultura, José Antônio Felício, acrescentando que os sintomas que foram manifestados nos animais, tinham todas as características de febre aftosa.

Ele disse ter como base informações seguras dando conta de que os animais apresentavam feridas nos cascos e não estavam pastando, o que são indicativos fortes da presença do vírus. Entretanto, veterinários do Senacsa afirmaram tratar-se de ?pietiun? ou ?pie de bufón?, doenças que não causam mal à saúde no caso de consumo humano da carne bovina, porque são causadas por bactérias e não virais ou vesiculares.

Na quinta-feira última, os bovinos foram mortos e enterrados dentro da propriedade rural onde vivem 3.100 cabeças do gênero. A medida foi para encobrir ?um fato gritante?, conforme alertou o diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal de Mato Grosso do Sul, João Cavalléro. ?Ainda que a carne deles não represente perigo para o consumo humano, isso tudo é mentira do Paraguai para esconder o que realmente acontece no país, que está tomado pela aftosa?, ressaltou.

Disse também que ?é muita coincidência um procedimento dessa espécie, exatamente quando técnicos da União Européia visita o Paraguai, inspecionando a produção da carne bovina exportável, nas fazendas e locais de abates?. Lembrou que em 2002, os paraguaios confirmaram a existência de foco de aftosa no país vizinho. Porém, nos anos seguintes aconteceu um ?pipocar? de denúncias sobre novos rebanhos bovinos contagiados pela doença, que acabaram sendo abafadas pela contra-informação.

Em outubro de 2005, as conseqüências da ?boataria? apareceram nos municípios matogrossenses de Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Iguatemi e Itaquiraí, que ainda estão sob decreto de emergência, devido aos impactos sociais e econômicos, motivados pela suspensão dos abates e comercialização da carne.

Voltar ao topo