PIB do Paraná reduziu 0,1% em 2005

A forte estiagem que atingiu o Sul do País em 2005 afetou diretamente a produção agrícola e, conseqüentemente, as finanças especialmente do Paraná e do Rio Grande do Sul, onde o volume do Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% e 2,8%, respectivamente, na comparação com 2004. Apesar disso, o Paraná encerrou 2005 com o quinto maior PIB do País, no valor de R$ 126,62 bilhões, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e o oitavo maior PIB per capita. Os dados fazem parte da pesquisa Contas Regionais 2002-2005, revisada, que considera 2002 como ano de referência e não mais 1985. A nova série foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

No Paraná, o setor da agricultura, silvicultura e exploração vegetal foi responsável pela principal queda no PIB, com redução de 9,2%. As culturas de soja e milho, que representam 44% da atividade no Estado, foram as que mais sofreram os efeitos da falta de chuva e da queda nos preços, e o resultado foi queda de 7% e 23%, respectivamente. Segundo o IBGE, a redução da renda agrícola influenciou o restante da economia paranaense, com variações de -0,1%, na indústria, e 1,5%, para serviços.

Com isso, a participação do Paraná no PIB brasileiro também caiu, passando de 6,3% em 2004 para 5,9% em 2005. Em 2002, a participação do Paraná era de 6,3% e, em 2003, de 6,4%. Com relação ao PIB per capita, o Paraná passou da sétima posição em 2004 para a oitava um ano depois, com o valor de R$ 12.339.

O maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 34.510). Na nova série, representa 2,9 vezes a média brasileira (R$ 11.658). O segundo maior passa a ser São Paulo (R$ 17.977), ultrapassando o Rio de Janeiro, agora em terceiro (R$ 16.052). Os demais estados com PIB per capita acima da média do Brasil são Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná. O menor PIB per capita pertence ao Piauí, com R$ 3,7 mil, seguido pelo Maranhão (R$ 4,15 mil) e Alagoas (R$ 4,687 mil).

Maiores estados

A soma das participações dos sete maiores estados na economia brasileira atingiu 75,9%, em 2002 e reduziu-se para 75,2% em 2005. Entre 2002 e 2005, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os que mais perderam participação, embora São Paulo tenha se recuperado ligeiramente em 2005, sem retornar ao patamar de 2002. Já o Rio Grande do Sul se ressente, em 2004 e, principalmente em 2005, de uma forte seca conjugada com a queda de preços dos grãos, que também atingiu o Paraná, em 2005.

Por regiões, a Sudeste teve o crescimento mais significativo, passando de 55,8% em 2004 (54,9% na referência anterior) para 56,5% em 2005 – alta de 0,7 pontos percentuais. Em seguida veio o Nordeste, que foi de 12,7% (14,1% anteriormente) para 13,1% em 2005.

Já a região Sul teve a queda mais significativa: de 17,4% em 2004 (18,2% na metodologia antiga) para 16,6% em 2005. O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, explicou que o Sudeste ganhou participação no PIB à medida em que o Sul perdeu. Ele lembrou que essa mudança retrata apenas a conjuntura daquele momento, no qual o Sul passava por uma estiagem que prejudicou de forma significativa o agronegócio. ?Foi um fenômeno que aconteceu naquela época. Não é um indicativo que o Sul vem perdendo força?, destacou. 

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