Estiagem

Perda da safra perto de 10% em todo o Estado

As perdas do Paraná com a estiagem que atingiu o Estado nos últimos meses do ano passado já chegam a quase 10%, segundo estimativa da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Das 32,2 milhões de toneladas de grãos previstas para serem colhidas no Estado – entre feijão, soja e milho – pelo menos três milhões já estão perdidas. As chuvas que começaram a cair nos últimos dias principalmente na região oeste, não vão amenizar as perdas já sofridas.

Segundo a secretaria, parte das perdas poderá ser recuperada com o plantio da safrinha, que começa ainda neste mês, se o clima colaborar. Para auxiliar o produtor, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento criou uma comissão especial que irá se reunir semanalmente para acompanhar a comercialização da safra de verão e o encaminhamento dos pedidos de perícia. Estima-se que dos 80 mil contratos de custeio da safra de verão feitos entre bancos e produtores, cerca de 20% devem solicitar a perícia para ressarcimento do seguro agrícola.

A comissão, que terá participação de representantes da Faep, Fetaep, Ocepar, Banco do Brasil, Cresol e Sicredi, foi definida durante reunião realizada ontem na secretaria. Projeções do Banco do Brasil e da Cresol, cujos representantes estavam na reunião, indicam que poderão ser apresentadas entre 15 mil e 20 mil solicitações de perícia em função da seca.

Em cinco dias, o Banco do Brasil contabilizou o encaminhamento de 6,5 mil solicitações de perícia. A Cresol, instituição que atende os pequenos agricultores familiares nas regiões sudoeste, oeste, centro e noroeste do Estado, contabilizou o encaminhamento de 1,8 mil pedidos nos últimos dias, que somam R$ 15 milhões em financiamentos de custeio.

O Sicredi, outra instituição que atende os agricultores familiares, recebeu 600 pedidos. As instituições financeiras acreditam que até a próxima semana devem chegar mais três mil pedidos para perícia nas propriedades.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, é preciso manter o produtor informado das reações que começam a surgir no mercado nos preços do feijão, milho e da soja.

O impacto mais imediato será sentido nos preços do feijão, que pararam de cair e começam a subir novamente. Bianchini acredita também que haverá uma reação mais vigorosa no preço do milho, com a possível retomada das exportações.

Para o secretário, a safrinha de milho, feijão e até mesmo a soja, que começa a ser plantada agora, ganham uma importância maior no Paraná para recuperação de parte dos prejuízos, avaliados em R$ 1,5 bilhão até agora. A secretaria irá adotar uma série de medidas e políticas públicas, como garantias de preço mínimo, linhas de crédito, zoneamento e recomendações de variedades para esse período, para garantir o planejamento das lavouras.